terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Motivando bem para motivar sempre: Exemplos de empresas que usam técnicas de incentivo que vão muito além do bônus e da multa

 
Por Rafael Tonon - Revista Galileu - Edição 239 - Junho/2011

GOOGLE
A companhia de Sergey Brin e Larry Page oferece um ambiente de trabalho totalmente informal: poucas regras, horário flexível, lazer no escritório etc. Tudo para deixar a motivação dos caras — que, afinal, trabalham com ideias e projetos criativos — a mil. A última foi contratar 200 bodes e cabras para cuidar da grama da sede da empresa em Mountain View, na Califórnia. "Eles são bem mais bonitinhos e custam o mesmo que máquinas de cortar grama", justificou um dos gerentes.

FACEBOOK
Criada e dirigida por jovens, o Facebook é um case interessante: para manter o sucesso de uma rede social com mais de meio bilhão de usuários, os profissionais (a grande maioria na casa dos 20) mudam muito de funções, agregados a novos projetos. Os setores são organizados em times, e não por hierarquia. Não existe controle, horários, muitas regras. Há, na sede, quadras de basquete, mesa de pingue-pongue, pufes. Cansou de trabalhar? É só ir jogar uma partida e voltar depois.

37SIGNALS
Fundada pelos programadores Jason Fried e David Heinemeier, a empresa americana virou referência. O segredo: autonomia, principalmente no que se refere ao tempo. O colaborador ter que sair no meio do expediente por duas horas para ver a filha na apresentação de balé é mais importante para a vida dele do que responder e-mails nesse período. Essa é a filosofia da companhia, que está sendo vista como uma nova forma de olhar (e motivar) para o trabalho: trabalhar menos para trabalhar melhor.

MEDDIUS
Ligada ao ramo de softwares, a empresa do sul dos EUA resolveu seguir os preceitos de Rowe (results-only work environment, ou ambiente de trabalho focado em resultados). As pessoas têm total liberdade: vão para o trabalho quando querem, e se querem. O que importa são os resultados. Isso tudo para criar as melhores condições para as pessoas fazerem seu próprio trabalho. A liberdade de aproveitar a semana de frio para ficar trabalhando de casa é daquelas que qualquer funcionário valoriza.

Prezadas e Prezados, façam um link com o que discutimos em sala de aula sobre motivação ou (caso não se lembre de nada!) dê apenas sua opinião. Mas pensem que tudo tem seu lado ruim...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Novas tendências de consumo exigem adaptação das empresas

Por: André Inohara e Daniela Rocha - Amcham Brasil - Tendências e Negócios - 26/04/2011 - 17:00

A mudança do mercado consumidor impõe que as empresas reinventem a oferta de produtos e serviços e as formas de fidelização do cliente. Uma pesquisa recente da consultoria TNS Research sobre perfis e tendências de consumo revelou uma série de fatores locais e globais que mudaram o hábito de compras no Brasil e em vários outros países.
"As companhias precisam analisar seu leque de atuação e adequá-lo às necessidades dos grupos, aproveitando as oportunidades”, disse Karina Milaré, diretora de Planejamento do setor de consumo da TNS Research. A executiva participou do Seminário de Compra e Venda do Futuro, organizado pela Amcham-São Paulo nesta terça-feira (26/04).
No Brasil, as principais transformações detectadas pela sondagem foram aumento do poder de compra das classes populares, melhora do nível educacional da população como um todo, proliferação do uso da internet e maior inserção dos jovens no mercado consumidor.
Em termos globais, as principais mudanças foram a crise econômica nos países ricos, o que levou os países emergentes a ganharem espaço, além do aumento do consumo consciente, da violência, e dos desafios para combater a escassez de recursos naturais e a incidência de desastres naturais.
Encasulamento
Diante do novo cenário, o consumidor ficou mais recluso, crítico e seletivo. Em sua apresentação, Karina mencionou o termo cocooning (encasulamento), que significa buscar locais seguros ou mídias sociais para se relacionar com grupos de afinidade. Como exemplos, cita os apartamentos novos que possuem terraço gourmet (espaço onde se localizam cozinha, churrasqueira e área de convivência) e as confrarias de bebidas e charutos.
O fenômeno do cocooning levou os consumidores a definirem interesses próprios de consumo, e algumas empresas lançaram produtos customizados. Há alguns anos, a Brastemp iniciou uma linha de geladeiras em que o consumidor pode escolher o modelo e a cor.
Em 2010, a Fiat exibiu no Salão do Automóvel de São Paulo o Fiat Mio, carro-conceito produzido com a ajuda de milhares de internautas que participaram do processo de criação enviando sugestões pela internet.
A montadora também lançou o Fiat 500, automóvel que pode ser entregue de acordo com os acessórios e cores escolhidos pelo cliente.
Consumidor mais exigente
Além de querer produtos customizados, o consumidor também valoriza a transparência das empresas e a atuação sustentável. O colunista de tecnologia do jornal O Estado de S.Paulo, Renato Cruz, disse que a convergência entre TV, celular e computadores criou um novo tipo de espectador.
“Quando se falava em espectador, se pensava em alguém passivo que só recebia informações. Porém, em função da internet e do celular, eles respondem para a empresa”, comentou. Segundo Cruz, os consumidores pesquisam e buscam mais informações antes de efetuar uma compra, obrigando as companhias a reagir mais rápida e adequadamente às demandas.
Outro painelista, Luiz Goes, da consultoria GS&MD - Gouvêa de Souza, afirmou que os grandes fatores motivadores de compra são a necessidade e o impulso. Entretanto, surgiram novos elementos que devem ser considerados, como conveniência, fidelidade a algumas marcas e produtos, experiência de compra e valor agregado.
Conveniência na hora da compra significa que o consumidor busca praticidade e canais mais fáceis de compra (como internet e loja do bairro), de acordo com Goes. Já a fidelidade se dá pela identificação e ligação emocional das pessoas em relação a determinadas marcas e produtos. Valor agregado, por sua vez, trata-se da percepção quanto ao montante pago versus o retorno em termos de qualidade dos produtos.
Marcas próprias
Para Goes, uma tendência que se fortaleceu no setor de varejo mundial – e que deve chegar ao Brasil – é o desenvolvimento de marcas próprias. Ele citou exemplos no exterior de como redes varejistas ganharam vendas com produtos nessa linha, concorrendo com marcas tradicionais, por atenderem determinados nichos de clientes.
“No Brasil, as marcas próprias eram vistas como produtos de menor qualidade e preço. Agora, esse conceito mudou”, comentou. Os produtos de marcas próprias têm conquistado gôndolas especiais dentro dos estabelecimentos, destacou Goes.
Foco na classe C
Com o aumento da renda, a classe C responde hoje por 60% do consumo do País, disse Karina. A TNS Research elencou dez dicas para atuar no mercado das classes populares:
1. Considere parâmetros de desembolso desse consumidor. Ele faz comparações entre o que pode adquirir com o dinheiro disponível e suas reais necessidades.
2. Ofereça produtos de qualidade. O consumidor das classes de menor renda também prioriza qualidade e marca.
3. Desenhe promoções que impliquem em vantagens imediatas (bonificações, brindes úteis).
4. Reveja o papel do ponto de venda. É recomendável que o estabelecimento proporcione experiência de aprendizado sobre o produto e lazer.
5. Trabalhe para gerar identificação com o produto, respeitando cultura e hábitos do público-alvo.
6. Fale de forma simples e direta.
7. Considere os valores tradicionais (família como prioridade, segurança do lar e empreendedorismo).
8. Inove. A adaptabilidade ao público pode ser um dos fundamentos da inovação.
9. Lembre-se dos jovens consumidores que estão na base da pirâmide. Segundo Karina, essa faixa de clientes trabalha, estuda e tem responsabilidade nos gastos.
10. Conheça seu consumidor e entenda como ele lida com recursos financeiros limitados. As companhias devem promover visitas às residências de sua clientela e descobrir como maneja o orçamento doméstico.
No dia a dia
Na segunda etapa do seminário da Amcham, representantes de empresas de diversos setores contaram um pouco de suas experiências em relação à nova realidade do mercado.
A divisão de seguros do Itaú Unibanco está se aproximando da classe C por meio da oferta de serviços com maior comodidade. “Reduzimos nosso portfólio de seguros de vida de 12 para apenas dois, adicionando algumas vantagens como auxílio-funeral e check-up”, disse Luiz Butori, diretor de seguros de pessoa física do Itaú. Os clientes de menor renda querem explicações mais simplificadas e oportunidade de serem ouvidos, reforçou o executivo.
Marcelo Schulman, presidente da Vita Derm, disse que está diversificando seus canais de venda. “No segundo semestre, atuaremos nas vendas porta a porta”. Os produtos da Vita Derm são comercializados atualmente por meio de franquias, distribuição aos profissionais de salões de beleza e marcas próprias no varejo.
Outro ponto em relevo no debate é que a responsabilidade das empresas em entregar o prometido ficou mais importante do que nunca, devido à maior interatividade tanto nos canais de venda como nas redes sociais. “Temos de ter mais controle e times para entregar a promessa de valor”, afirmou George Dolce, diretor de Planejamento Comercial da Vivo.
Simplificação, fidelização e flexibilização
Para o sócio da rede Fran’s Café, José Henrique Ramos Ribeiro, é preciso simplificar os processos gerenciais e fidelizar o cliente no momento em que  é atendido. A chegada da classe C ao mercado consumidor trouxe alento à sua rede de cafeterias. “As classes que eram consideradas mais frágeis hoje sustentam os negócios.”
A operadora de turismo CVC também está aprendendo a vender para as camadas populares. O diretor comercial da companhia, Claiton Armelin, disse que essa faixa possui reduzido poder de crédito, porém sua inadimplência é baixa, uma compensação.
Claiton afirmou que esse público tem cartões de crédito com limites baixos e dispõe de poucos talões de cheques. “Um grande salto na comercialização de pacotes se deu com a emissão de boletos bancários”, comentou.
A flexibilização de serviços foi a solução encontrada pelo Grupo Pão de Açúcar. “Aumentamos o foco em produtos não-alimentícios (compra das Casas Bahia) e trabalhamos em multicanais de vendas (internet, lojas de conveniência, hiper e supermercados)”, observou o diretor comercial do grupo, Pedro Henrique Pereira.
Além da diversificação dos canais de venda, o Pão de Açúcar tem uma área específica para monitorar as redes sociais e divulgar produtos nesse ambiente virtual. “Também comunicamos iniciativas em sustentabilidade e serviços. Na Páscoa, informamos sobre a procedência e qualidade de nossos pescados”, exemplificou Pereira.

Prezadas e Prezados, dêem a sua opinião sobre as questões levantadas pelo artigo e façam paralelo com nossa conversar sobre tipologias na primeira aula (para aqueles que faltaram, é a primeira referência do livro).