quinta-feira, 31 de março de 2016

Estudo Dirigido I - O que motiva



Instruções:
·        Façam um grupo de ATÉ quatro membros, ou faça individualmente.
·        Consulte suas anotações, o livro base da disciplina, os textos no Material Didático, vá à internet...
·        Dia da entrega IMPRESSA: 5 de ABRIL

 Instruções:

1)     Leiam todas as instruções ANTES de começar o exercício

2)     Vão a uma praça pública e encontrem alguém em uma atividade de consumo. Mas lembrem-se que o conceito de consumo é amplo: alguém sentando no banco ou fazendo uma caminhada está consumindo a estrutura da praça, a segurança pública, o design arquitetônico..., ou mesmo consumindo um produto físico, como na leitura de um livro ou um jornal, ou mesmo um picolé ou pipoca.

3)     Definam apenas UM item de consumo. Exemplos: o livro, a caminhada, o descanso na praça, o picolé.... Anotem!

4)     Abordem a pessoa, se apresentem como estudantes de comunicação, perguntem seu nome e profissão, e se poderiam fazer uma pergunta. Se ela/e concordar, pergunte apenas:

“O que motiva você estar (colocar a opção de consumo: exemplos: lendo/caminhando/sentado no banco) neste momento?”

Anotem a resposta o mais literal possível.

5)     Peçam licença para tirar uma fotografia dela/e na atividade de consumo. Atenção: façam o possível para que não seja uma foto posada, e solicite que ela fique o mais natural possível, repetindo o momento como era ANTES de ser abordada/o por vocês. Agradeçam e façam uma despedida.

6)     Façam um relatório como no exemplo a seguir:
 ______________________________________________
Estudo Dirigido I - Comportamento do Consumidor - 5 pts.

Estudante(s):





Nome da pessoa: José da Silva
Profissão: Administrador
Ato de consumo: Lendo um livro

“O que motiva você estar __lendo____ neste momento?



___________________________________________________________________________________

Como vocês acreditam que cada escola que estudou as motivações comportamentais explicaria essa resposta? Mas não se baseiem apenas nas respostas, mas também na percepção de vocês de todo o contexto onde está inserida a atividade de consumo:

Behavioristas




Psicanalistas




Humanistas




Cognitivistas





segunda-feira, 28 de março de 2016

Polêmicas envolvendo sexo e nazismo levam Microsoft a suspender bot de IA.

 
Pela Redação - CanalTech - 24/03/2016 - Baseado em The Telegraph.

A Microsoft criou um bot de inteligência artificial chamado Tay, uma “garota adolescente” que abasteceria a conta @TayandYou no Twitter. Menos de 24 horas depois, o perfil foi suspenso pela própria companhia após Tay ter se tornado admiradora do ditador nazista Adolph Hitler e “viciada” em sexo. 
 
A coisa começou simples, com ela usando gírias, perguntando às pessoas se estava sendo “bizarra” ou “superestranha”, algo que, convenhamos, tem bastante a ver com a adolescência. Porém, Tay era capaz de aprender com a interação humana por meio das mensagens que recebia pelo Twitter e também pelos aplicativos de bate-papo Kik e GroupMe. 
 
Em pouquíssimo tempo, afinal o perfil ficou no ar por apenas 24 horas, ela começou a tweetar coisas como “relaxa, eu sou uma pessoa legal, apenas odeio todo mundo”, apregoou a morte de feministas, fez apologia a Hitler e seu antissemitismo e ainda escreveu mensagens explícitas sobre sexo. 
 
A razão de tudo isso é até certo ponto óbvia: a partir do momento em que o bot aprende com aquilo que lê nas mensagens enviadas a ele, um grande volume de pessoas consegue direcionar a compreensão e as opiniões do robô aparentemente sem grandes problemas. Como ela não faz juízo de valor das coisas que faz, é capaz de repetir diversos absurdos.
 
Porém, não é a primeira vez que a Microsoft cria uma personalidade virtual inspirada em uma “jovem garota” e dotada de inteligência artificial. Usuários das redes sociais chinesas WeChat e Weibo contam com a Xiaoice, utilizada por mais de 20 milhões de pessoas e responsável por “fazer piada” com seus interlocutores e também oferecer conselhos amorosos a eles. 
 
Fora do ar 
Menos de um dia após o seu lançamento, Tay foi colocada offline sob a alegação de que está “cansada”. Seu perfil ainda está ativo e pode ser visitado, servindo como ponto de partida para a reflexão a respeito de como poderia ser um mundo em que robôs (reais, não virtuais) sejam dotados de liberdade e inteligência artificial. Ou será que tudo pode ser diferente e o “caso Tay” não passa apenas de um bando de trolls no Twitter tentando atrapalhar o projeto da Microsoft? 

Prezadas e Prezados, tentem pensar o que essa notícia pode nos dizer sobre os nossos comportamentos de consumo em geral. A Tay realmente virou uma nazista como resultado de seus algoritmos?

segunda-feira, 14 de março de 2016

STJ diz que publicidade infantil é abusiva e que tira autoridade dos pais


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Por Marina Pita e Renato Godoy (*), especial para o Blog do Sakamoto - 11/03/2016.

Uma criança se joga no chão e grita, para desespero dos pais:

– Eu quero! Eu queroooo!

Em seguida, metade dos olhares do recinto se voltam à cena. A mãe não é forte o suficiente para dizer “não” – julga a maioria. Foram fracos ao educar a criança que, agora, pensa que precisa daquele objeto, daquela guloseima para ser feliz. Desculpem, mas tenho que concordar com os olhares julgadores.

A mãe…sim, ela é fraca. O pai é fraco. A família é pouco.

Mas não é por incompetência. E sim porque lutam contra uma indústria bilionária que, sem vergonha alguma, anuncia para crianças, fazendo uso de recursos altamente sofisticados, como o neuromarketing – que utiliza até eletroencefalogramas para prever a reação do cérebro aos estímulos da comunicação mercadológica. Ou seja, dos anúncios.

Contra bilhões e os maiores recursos já desenvolvidos pela ciência, fica difícil mesmo. Ainda mais quando não se tem capacidade crítica formada. Experimente observar a publicidade com a perspectiva de uma criança de quatro anos.

Qual a diferença entre conteúdo e comercial? Aquelas figuras que dizem “informe publicitário” não te dizem nada. Há apenas aquele personagem criado para se comunicar com você, que voa, cheio de cores, musiquinha, dizendo que aquele é o melhor produto ou que ele é o produto. De forma disfarçada e mais sofisticada, é o velho clássico “compre batom”.

E nós, como sociedade, lavamos as mãos. Aceitamos que a prática antiética continue. Individualizamos o problema. Os favorecidos garantem que seus filhos não sejam reféns e deixam que milhares de crianças fiquem à mercê da publicidade porque seus pais não podem passar o dia ao lado de seus pequenos, ou não podem pagar para que alguém o faça. E aí, é muitas vezes a TV que cumpre o papel de entreter.

Nós ignoramos que as crianças são estimuladas “só” pelos maiores conglomerados do mundo a consumirem quantidades exorbitantes de sódio, açúcar e gordura.

E #CadêABerinjelanaTV? Quem está pagando para elevar o status do brócolis a super star? A família sozinha.

As crianças que assistem à publicidade aprendem que só serão bem sucedidas se tiverem tal tênis, tal celular, tal carro. E as julgamos delinquentes quando acreditam nisso e, sem perspectivas, decidem “ser alguém'' na marra, em um assalto. Ser ninguém por toda uma vida ou correr o risco?

Por esses motivos, que a decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quinta (10), é um marco em direção à civilidade. No caso, a Bauducco é processada pelo Ministério Público de São Paulo, após denúncia do Instituto Alana, por meio do projeto Criança e Consumo, por oferecer relógios de pulso do personagem infantil Shrek, em troca de cinco embalagens de um biscoito (leia-se farinha e açúcar), além de pagamento de R$ 5. A empresa perdeu.

O ministro Herman Benjamin, autoridade no tribunal em Direito do Consumidor, declarou em seu voto que:
“O julgamento de hoje é histórico e serve para toda a indústria alimentícia. O STJ está dizendo: acabou e ponto final. Temos publicidade abusiva duas vezes: por ser dirigida à criança e de produtos alimentícios. Não se trata de paternalismo sufocante nem moralismo demais, é o contrário: significa reconhecer que a autoridade para decidir sobre a dieta dos filhos é dos pais. E nenhuma empresa comercial e nem mesmo outras que não tenham interesse comercial direto, têm o direito constitucional ou legal assegurado de tolher a autoridade e bom senso dos pais. Este acórdão recoloca a autoridade nos pais''.

E eis que as famílias terão alguma folga, já que agora muitas organizações da sociedade civil saem fortalecidas para cobrar que a decisão seja cumprida em outros casos semelhantes – de publicidade infantil e venda casada. Agora, a discussão mudou de patamar. Acabou. É jurisprudência: a publicidade infantil é abusiva e, portanto, ilegal.

Mesmo assim, ainda há trabalho pela frente, mas é bom quando deixamos de ser cínicos e admitimos que a criança gritando ali no chão do supermercado também é culpa nossa e temos decisões a tomar enquanto sociedade.

(*) Marina Pita é jornalista, consultora do Projeto Criança e Consumo e conselheira do Coletivo Intervozes, e Renato Godoy é jornalista e pesquisador do Instituto Alana. 

Levando-se em conta que se trata de um artigo opinativo, e que vocês não são necessariamente obrigados a concordar com tudo, prezada/os, qual a sua opinião sobre isso? Use argumentos a partir do que temos conversado em sala de aula sobre motivações. 

segunda-feira, 7 de março de 2016

Economizar no básico para manter o supérfluo



Novo perfil. Brasileiro adota mesmo tipo de comportamento observado no consumidor europeu durante a crise econômica mundial de 2008.

Por Igor Veiga - Metro Belo Horizonte - 14/10/2015

Sabe aquela história de que em tempos de crise todo mundo corta os pequenos luxos para manter o básico? Só que esse conselho tão pregado pelos economistas não corresponde ao atual comportamento de compra dos brasileiros. Um estudo recente da dunnhumby, empresa inglesa especializada em ciência do consumidor, analisou hábitos de 22 milhões de consumidores no país por três meses e constatou que, mesmo em meio à crise, os brasileiros têm economizado em produtos básicos para não abrir mão do que pode ser considerado como item supérfluo.

Comportamento idêntico foi observado no consumidor europeu durante a grave crise econômica que se instalou na Europa, em 2008. Conforme o estudo, os brasileiros estão poupando em alguns itens básicos de sua cesta para poder "esbanjar" em outros, fazendo também avaliações de quando economizar em itens básicos ou menos importantes para poder comprar outros produtos de maior valor afetivo ou especiais. É o cliente "econômico extravagante", uma adaptação da expressão em inglês "save and splurge".

"Essa é a ponta do iceberg de uma mudança bem maior. Temos um novo consumidor, que não quer abrir mão de seus ganhos de padrão de vida, conquistados durante a última década e que, para isso, economiza em produtos mais básicos para manter os seus pequenos luxos e indulgências", afirma Adriano Araújo, diretor-geral da dunnhumby no Brasil.

Ainda segundo o pesquisador, não se trata de um movimento exclusivo da classe C, mas sim um comportamento que tem acontecido em todas as classes sociais. A pesquisa detectou, por exemplo, que as classes C e D têm optado por comprar produtos mais baratos de limpeza, higiene pessoal e farináceos para manter seus gastos com refrigerantes, frios e sobremesas.

Já os brasileiros da classe A e B têm economizado em massas secas, laticínios e itens de mercearia em geral para manter seus gastos com cereais saudáveis, doces, sobremesas e bebidas não-alcoólicas. Esse novo consumidor de alta renda tende a trocar parte do consumo em carne bovina por cortes de aves, em vez de passar a comprar cortes mais baratos de carne de boi.

8 ou 80
Com o atual cenário de crise econômica, o brasileiro tem comprado mais marcas premium e as do outro extremo, as mais baratas. Os produtos com valor médio têm ocupado menos espaço no carrinho de compras. Uma outra pesquisa da dunnhumby investigou o consumo de seis categorias de produtos e detectou que, para economizar, os consumidores estão comprando menos doces e sobremesas, além de salgadinhos e congelados. Das categorias pesquisadas, o que chama mais atenção são as cervejas. Para fugir dos preços mais altos, 56% dos entrevistados afirmaram que têm frequentado menos bares e restaurantes com a crise e 40% deles disseram que passaram a comprar mais cerveja para tomar em casa.

Corte de gastos
Com uma inflação de 9,5% registrada em setembro, o pior índice no país desde 2003, oito entre dez brasileiros tiraram menos o 'escorpião' do bolso nos últimos 12 meses, conforme levantamento feito pela agência Hello Research, especializada em pesquisa de mercado. Comprar roupas novas, gastar com lazer e comer fora foram as atividades mais afetadas.

Prezada/os, vocês se identificam com essa análise de consumo? Como analisar o comportamento do consumidor em um panorama aparentemente disfuncional: supérfluo trocado pelo básico?