quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Exposição mostra como a indústria do tabaco enganava consumidores

Peças publicitárias produzidas entre 1920 e 1950 apresentavam resultados de pesquisas pseudocientíficas para convencer o público de que o cigarro não fazia mal à saúde

Do UOL Ciencia e Saúde - Em São Paulo - 14/10/2009 - 07h00

Em tempos de leis que proibem o fumo em locais fechados, observar um anúncio de cigarro produzido entre as décadas de 1920 e 1950 chega a ser cômico, para não dizer trágico. Naquele tempo, a indústria usava a propaganda para esconder os reais e hoje inegáveis efeitos do tabaco à saúde, como o aumento do risco de câncer.

Um Papai Noel que fuma e um médico que anuncia as vantagens de determinada marca de cigarro para a garganta são algumas imagens estampadas nas peças publicitárias da época, selecionadas pelos médicos Robert Jackler e Robert Proctor, professores da Universidade de Stanford, nos EUA. O material, mantido no Instituto Smithsonian, em Washington, será exibido pela primeira vez no Brasil entre os dias 15 e 26, na Livraria Cultura, em São Paulo. A mostra chama-se "Propagandas de Cigarro - Como a Indústria do Fumo Enganou Você".

Uma das estratégias dos fabricantes para convencer o consumidor, como mostra a exposição, era usar a imagem de estrelas de Hollywood, cantores e atletas de elite para vender os "benefícios" do produto. Um exemplo é a peça em que o ator Henry Fonda afirma que fuma cigarro de determinada marca para proteger a voz.

Outra tática das indústrias de tabaco era a veiculação de pesquisas pseudocientíficas para tentar reverter a opinião do público, que começava a ouvir falar sobre as reais consequências do fumo para a saúde. Para reforçar o discurso enganoso, médicos e dentistas apareciam como garotos-propaganda.

"Com a autorregulamentação da propaganda e o amadurecimento de autoridades e consumidores, anúncios como esses jamais seriam produzidos hoje em dia", comenta o publicitário Bob Costa, sócio-diretor da NovaS/B, responsável pela exposição.

Em 2008, a agência foi contratada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para desenvolver uma campanha para o Dia Mundial Sem Tabaco, que convidava as pessoas a quebrarem a rede de marketing do fumo e foi veiculada simultaneamente em 200 países. "O Brasil não fez parte da campanha porque já adota restrições à propaganda de cigarro", explica Costa.

Exposição: "Propagandas de Cigarro - Como a Indústria do Fumo Enganou Você" Apoio: Livraria Cultura Período: de 15 a 26 de outubro de 2009 Horário de visitação: de segunda a sábado das 9h às 22h; domingos e feriados das 9h às 18hLocal: Livraria Cultura do Conjunto Nacional Endereço: Av. Paulista, 2.073 - Bela VistaTel.: (11) 3170-4033
Colegas, façam uma discussão entre a ética publicitária e o comportamento do consumidor.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Galileo está chegando

Por Roberto Saraiva - Revista Superinteressante - Especial Tendências - Ed. 269-A

O GPS enfrenta sua maior crise. Não tem problema. Seu substituto já foi definido e é muito melhor.

O GPS subiu no telhado*. Mas já tem um substituto quase pronto para ocupar seu lugar: a rede europeia de satélites Galileo. Como o GPS, é um sistema de posicionamento global capaz de dar latitudes e longitudes precisas em qualquer ponto do mundo. Ou, em outras palavras, que consegue fazer o mais perdido dos taxistas achar o endereço mais escabroso.

O Galileo tem algumas vantagens que vão ser sentidas na prática. Uma delas é que os aparelhos localizadores são capazes de trocar informação com o satélite, em um diálogo de dados (o GPS apenas recebe). Nas ruas da cidade, isso quer dizer que o sistema pode detectar pontos de tráfego intenso e recomendar uma via mais desafogada ao motorista. Hoje, o GPS usa apenas um chutômetro que recomenda vias secundárias (na real, becos e vielas) para fugir de engarrafamentos. O Galileo também envia sinais de S.O.S - úteis para exploradores perdidos na selva ou gente em perigo em qualquer lugar.

Outra diferença é a precisão: em vez dos atuais 15 metros de diâmetro, o Galileo promete uma acurácia que chega a 10 centímetros. Isso permite, por exemplo, que fazendeiros controlem colheitadeiras a distância - até mesmo de fora da fazenda.

Mas a grande vantagem é que o Galileo não vai substituir o GPS. Pelo contrário: os sistemas são compatíveis, o que reforça todos os atributos doserviço. O Galileo custará 3,4 bilhões de euros e deve ficar completo em 2013.

* S.O.S no espaço
O GPS, sistema militar usado para guiar desde mísseis até taxistas paulistas, está passando por um momento delicado. Sua verba sofreu cortes em anos recentes, o que prejudicou a conservação dos 31 satélites. O conserto vem. Só que não é certo que ele possa ser feito sem prejuízos ao serviço.


Prezados, vocês são capazes de imaginar o impacto dessa nova tecnologia na criação e adaptação de produtos e serviços e no respectivo comportamento do consumidor?