A popularização da tecnologia está criando novos hábitos e perspectivas. A seguir, cinco perfis da população conectada
De uns anos para cá, milhões de brasileiros que antes pertenciam às camadas mais pobres da população subiram de vida e começaram a fazer uma revolução no consumo. Com a queda dos preços e as formas de pagamento mais acessíveis, equiparam seu cotidiano com computador, internet banda larga, micro-ondas, telefone celular com câmera, bluetooth e MP3. Segundo o Instituto Data Popular, eles já respondem por 62% dos domicílios conectados à rede e 53% dos clientes de sites de compras. Com isso, aproximaram-se do comportamento das classes A e B. Em alguns aspectos, foram além. A melhor surpresa dessa ascensão das famílias de baixa renda foi que suas dificuldades iniciais diante da tecnologia se transformaram numa vantagem. Ao procurar entender como a tecnologia funciona, driblar o “informatiquês” e o inglês dos programas de computador e encontrar as formas mais baratas de usar os recursos em seu favor, a classe C aprendeu a buscar soluções mais adequadas para seus problemas. E melhorou de vida.
Tudo isso foi observado por agências de pesquisa e publicidade interessadas em estudar o novo comportamento dos emergentes. A agência CO.R Inovação, de São Paulo, passou meses abordando pessoas na rua e visitando famílias em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Recife, em Curitiba e em Porto Alegre. Depois de cerca de 500 entrevistas, concluiu que uma das consequências mais importantes do acesso da classe C à tecnologia foi a valorização do ensino pelas mulheres. A pesquisa mostrou que o primeiro computador numa casa de periferia normalmente é comprado para os adolescentes fazerem as tarefas escolares. Com o tempo, se transforma no computador da família. Segundo Mari Zampol, diretora da CO.R Inovação, as mulheres que foram mães muito jovens e interromperam os estudos agora estão se sentindo livres para voltar à escola, aproveitando inclusive a conveniência barata dos cursos a distância pela internet. “Quando descobriram que podiam estudar sem sair de casa, foram atrás de diplomas de níveis técnico e superior, cursos de idiomas e outras oportunidades de crescimento profissional”, diz Mari. Os jovens também são grandes protagonistas dessa inclusão digital. Mesmo sem saber inglês e com menos estudo, estão usando melhor os recursos do telefone celular que os jovens das classes A e B. “Esse pessoal se vira muito melhor em situações de crise”, diz Renato Meirelles, publicitário e fundador do Data Popular. A seguir, cinco novos perfis populares criados pela tecnologia.
A bem informada
Com acesso garantido a uma conexão de banda larga com a internet, todo tipo de informação chega mais fácil e rapidamente. A classe C também usa essa facilidade para defender seus direitos e planejar os deslocamentos pela cidade. É o caso da empregada doméstica Marcia Almeida. Na cozinha da patroa, Marcia ouve músicas e busca receitas novas na internet usando seu netbook, um pequeno computador portátil que ganhou da dona da casa e é conectado à internet por rede sem fio. Durante o dia, elas se falam pelo Skype. À noite, Marcia se fecha em seu quarto para assistir aos seminários da igreja evangélica transmitidos ao vivo pela internet ou para ir às compras. Para ela, a pesquisa pela internet é uma economia de tempo. Sem precisar tomar ônibus nem faltar ao trabalho, já consultou pacotes de viagens e agendou um atendimento para seu pai num posto da Previdência Social. Recentemente, comprou um perfume numa loja eletrônica usando o cartão de crédito. “Achei o preço melhor e ainda recebi em casa.”
Com acesso garantido a uma conexão de banda larga com a internet, todo tipo de informação chega mais fácil e rapidamente. A classe C também usa essa facilidade para defender seus direitos e planejar os deslocamentos pela cidade. É o caso da empregada doméstica Marcia Almeida. Na cozinha da patroa, Marcia ouve músicas e busca receitas novas na internet usando seu netbook, um pequeno computador portátil que ganhou da dona da casa e é conectado à internet por rede sem fio. Durante o dia, elas se falam pelo Skype. À noite, Marcia se fecha em seu quarto para assistir aos seminários da igreja evangélica transmitidos ao vivo pela internet ou para ir às compras. Para ela, a pesquisa pela internet é uma economia de tempo. Sem precisar tomar ônibus nem faltar ao trabalho, já consultou pacotes de viagens e agendou um atendimento para seu pai num posto da Previdência Social. Recentemente, comprou um perfume numa loja eletrônica usando o cartão de crédito. “Achei o preço melhor e ainda recebi em casa.”
Prezados, comentem essa reportagem e tentem entender o que isso tem a ver com sua profissão.