Presença de tecnologias de informação nos lares brasileiros está mais forte
Por Luiz Alberto Marinho - Revista Gol - no. 98 - maio 2010
A internet e os celulares estão ganhando cada vez mais espaço nas residências dos brasileiros. O Comitê Gestor da Internet no Brasil, entidade mista composta de representantes do governo e da sociedade civil, anunciou recentemente os resultados da pesquisa que avalia a penetração de tecnologias de informação e comunicação nos lares brasileiros. Para dar uma idéia da abrangência desse estudo, basta dizer que foram feitas cerca de 21.500 entrevistas em todo o país, tanto na área urbana quanto na rural. Os resultados mostraram que os anos de vaca gordas na economia produziram avanços importantes.
Os equipamentos mais comuns nos domicílios ainda são os mesmo - 98% das moradis urbanas possuem ao menos uma TV e 86% contam com rádio. Porém, outros itens ganharam espaço, como o celular, presente em 78% das nossas casas. Curiosamente, o número de usuários de telefones móveis é bem maior que a quantidade de donos de aparelhos - 75% dos brasileiros usaram um celular em 2009, embora somente 59% possuem um. Isso acontece porque muitos lugares o telefone é compartilhado, especialmente nsa classes C, D e E. O alto custo das ligações é uma barreira que faz com que 90% dos nossos planos sejam pré-pagos. O preço da telefonia móvel também explica por que apenas 6% dos brasileiros usam o celular para acessar a internet. Na classe A esse índice sobre para 23%. Outro reflexo do peso do celular no orçamento dos brasileiros é o aumento do uso da telefonia fixa, que vinha caindo desde 2005, mas subiu no ano passado.
Mas destaque mesmo merece o aumento da penetração dos computadores e da internet nos lares brasileiros. Hoje cerca de um terço dos nossos domicílios possui um computador e 26% das casas acessam a internet. Para entender esse avanço, basta olhar para a taxa de crescimento dos computadores na baixa renda - ela chegou a 65% ao ano nos últimos cinco anos. O acesso à internet cresceu 95% ao ano no grupo com renda entre dois a três salários mínimos. Mesmo assim, ainda existe algo em torno de 5 milhões de lares com computador e sem acesso à web, o que mostra o grande potencial da internet no país.
Outra novidade é a ascensão do acesso à internet em casa. Desde o início do fenômeno das lan houses, em 2007, esta é a primeira vez que os domicílios foram mais usados pelos internautas do que os locais públicos de acesso pago. Com relação ao comércio eletrônico, 19% dos entrevistados já compraram produtos e serviços pela internet. Porém, 52% usaram a rede para pesquisar preços, o que confirma a tese de que dar as costas para a internet pode atrapalhar bastante as vendas nas lojas físicas.
Prezados e Prezadas, o que esses fatos vão influenciar no comportamento do consumidor e na publicidade em geral?
quinta-feira, 20 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
Classe D é a bola da vez
Por Sylvia de Sá - Mundo do Marketing - 16/03/2010
Depois de todas as atenções voltadas para a classe C, chega a hora da classe D. Com R$ 381 bilhões para gastar em 2010 e expectativa de que a massa de renda ultrapasse a da classe B ainda este ano, é na D que o mercado encontra novos consumidores. Com o perfil de consumo diferente de todas as outras classes sociais, já que não pode arriscar e precisa fazer o orçamento render, as famílias da base da pirâmide aparecem como um desafio para o mercado, mas podem ser uma grande oportunidade para as empresas que conseguirem entendê-las.
Com uma cesta de produtos ainda reduzida, se comparada ao consumo das outras classes, esses consumidores estão em ascensão. O número de categorias consumidas passou de 21, em 2002, para 34, em 2009, segundo o estudo Tendências da Maioria, realizado pelo Datafolha/Data Popular e obtida com exclusividade pelo Mundo do Marketing. Entre os produtos que entraram para a lista de compras recentemente estão suco pronto, massa instantânea, detergente líquido, molho de tomate, creme de cabelo e amaciante de roupa. Esse número tende a crescer e não se limita ao consumo de massa.
Em 2010, estes consumidores pretendem adquirir computador, geladeira, moto, carro e viagens de avião. O segredo para vender para eles está em desvendar as diferenças e características desta classe, que muitas vezes se assemelham às da classe C. Saem na frente as marcas que apoiarem este consumidor no momento em que ele ingressa no mercado de consumo.
“O consumidor de classe D está sendo apresentado agora ao universo das marcas. Aquelas que souberem ensiná-lo que marca não é apenas status, mas que funciona como avalista de qualidade de um produto, tendem a ter a fidelidade desse público”, aponta Renato Meirelles, Sócio-diretor do Data Popular, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Venda deve ser assistida
Marcas que usem embalagem ou material de comunicação para orientar estes consumidores estão no caminho certo. A venda deve ser assistida, o que faz com que o papel do autoserviço seja menor na classe D, que prefere comprar em feira livre, no varejo tradicional ou com um vendedor porta a porta, para que receba explicações sobre a melhor maneira de usar o produto.
As categorias que pretendem conquistar o consumidor da base da pirâmide devem investir em embalagens e quantidades de menor desembolso, que deixem o consumidor seguro para arriscar e experimentar novos produtos. Já aquelas que estão consolidadas e são de presença contínua no dia a dia podem apostar em embalagens tamanho família, que tendem a ser mais econômicas.
Para as marcas de consumo de massa, a classe D é o segmento em que as chances de faturamento são maiores. “É um mercado muito grande, o que para os bens de consumo de massa é fundamental. Tem muito mais gente na classe D do que na A e na B”, conta Meirelles (foto). Atualmente, são 71,3 milhões de pessoas que recebem até três salários mínimos. Até novembro de 2009, 30% da classe D havia migrado para a C, enquanto 55% mantiveram a mesma posição e apenas 15% caiu para a E. “O que a classe C for crescer virá da classe D, eles são os emergentes dos emergentes”, explica Meirelles.
Mulheres respondem por 43% do orçamento
Programas como o Bolsa Família são algum dos responsáveis por impulsionar o consumo entre essas famílias. Outro fator importante é o aumento do salário mínimo. O último reajuste, por exemplo, colocou R$ 27 bilhões na economia. Serviços educacionais, produtos de higiene e beleza e itens de informática são interesses que se destacam por serem vistos como um meio para aumentar o orçamento familiar.
De acordo com a pesquisa do Datafolha/ Data Popular, 25% dos entrevistados pretendem matricular seus filhos em escolas particulares. Atualmente, das 5,5 milhões de crianças de até 14 anos que estudam em colégios privados, 19,1% pertencem à classe D. Já o computador aparece como um dos principais bens a serem consumidos este ano, com 33% das intenções de compras.
A beleza também é vista como um investimento para se destacar no mercado de trabalho.
Isso inclui as mulheres, que já chefiam 32% das famílias de classe D e respondem por 43% do total de rendimento. “A beleza é importante, pois elas tendem a ganhar mais dinheiro quando se apresentam melhor. A busca pela vaidade está relacionada ao resgate da autoestima, mas também é um investimento para se dar melhor no mercado de trabalho”, explica o Sócio-diretor do Data Popular.
Investir na classe D pensando no futuro
Na hora de se comunicar com este consumidor, a televisão ainda é o principal canal, mas não se pode negar o crescimento da penetração da internet neste grupo. “Este consumidor ainda é medroso para a compra on-line e o cartão de crédito é algo recente, mas a internet como fonte de pesquisa de preço já é um fato”, acredita Meirelles.
Com a consolidação da classe C e a ascensão da D, encontrar a forma ideal para se comunicar com este consumidor é o caminho para o sucesso das marcas que toparem o desafio. “Quem foi pioneiro olhando para a classe C olhe para a classe D. Eles são mais jovens e farão parte do mercado consumidor por mais tempo. Investir no futuro é investir na classe D, seja porque ela migrará para a classe C, ou porque tem mais a conquistar, já que a cesta de produtos é menor. As marcas que entenderem essa oportunidade têm grande chance de serem líderes de mercado no futuro”, aconselha do Sócio-diretor do Data Popular.
Prezadas e Prezados, depois de falarmos da classe C no último post, agora é a vez da classe D. O que distingue? No que é igual? O que surpreendeu vocês?
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