Da tradição tecnicista vem a "necessidade vital" do consumo, e as poderosas técnicas da publicidade têm no homem atual presa fácil pelo vazio existencial proporcionado na era pós-moderna
Por Renato Nunes Bittencourt - Revista Filosofia - Edição 66 - Dezembro 2011
Uma re flexão filosófica sobre as influências comportamentais das práticas comunicativas na subjetividade do indivíduo regido pelos signos do ideário capitalista não pode se furtar em analisar criteriosamente os mecanismos publicitários da persuasão sobre as qualidades atribuídas aos produtos disponíveis no sistema de mercado no qual estamos inseridos. O grande motor da propaganda consiste na sua habilidade em estimular o indivíduo a consumir um dado produto, destacando-se as características que se julga como potenciais fontes de atração da percepção do indivíduo. As técnicas publicitárias geralmente associam a imagem do produto divulgado com elementos que não correspondem imediatamente ao objeto destacado, pois esse procedimento gera, na mentalidade do consumidor, a ideia de que, ao adquirir um produto específico, as qualidades supostamente contidas nesse produto serão assimiladas. O especialista em Comunicação Social, Gino Giacomini Filho, destaca que “a publicidade nasceu com o claro propósito de fomentar a transação econômica, principalmente diminuindo a resistência do consumidor”.
O consumidor caracterizado por seguir os normativos mandamentos publicitários, propagadores das imagens espetaculares de sucesso pessoal e pro- ssional, se encontra na obrigação de ser feliz, mas esse estado de beatitude não se concretiza da maneira esperada na vida cotidiana. Este é seu maior malogro, havendo assim uma descontinuidade entre aquisição de bens materiais e felicidade genuína. Conforme complementa Adriana Santos, especialista em Imagens e Culturas Midiáticas: “Cada vez mais, os meios de comunicação, não apenas sinônimos de troca de informação como também de publicidade e propaganda – acenam com maiores quantidades de objetos de desejo para os consumidores, fazendo com que, um dia, o paraíso e o bem-estar prometidos por tais produtos possam ser nalmente encontrados”.
O prazer existencial prometido pelo consumo de bens materiais não se encontra de modo algum imediatamente associado a esses, ainda que haja uma maciça campanha publicitária que promova o poder mágico desses bens como acessórios por excelência para que o consumidor conquiste o patamar de satisfação material esperado. Consumir é sempre uma atividade supressora do estresse; logo, por qual motivo não se aproveitar da sensação geral de instabilidade psíquica reinante nos agitados centros urbanos para se promover a comercialização dos diversos tipos de objetos disponíveis, revestindo-os com os efeitos espetaculares da propaganda? Vejamos o parecer crítico de Schröder e Vestergaard: “Mostrando gente incrivelmente feliz e fascinante, cujo êxito em termos de carreira ou de sexo – ou ambos – é óbvio, a propaganda constrói um universo imaginário em que o leitor consegue materializar os desejos insatisfeitos da sua vida diária”.
Os critérios “morais” da sociedade consumista, herdeira do tecnicismo industrial, consistem na obrigação incondicional do indivíduo se apresentar publicamente como alguém plenamente capacitado a consumir, mesmo sem que isso resulte na realização de uma necessidade vital básica; com efeito, a lógica consumista faz da disposição de consumir coisas uma necessidade vital irrevogável. A doutora em crítica literária, Lucia Santaella, destaca que, “fascinado diante da miríade de estímulos, diante do espetáculo volátil das luzes, das imagens, dos cenários e das coisas, nas grandes cidades, o olhar moderno aprendeu a desejar o corpo enfeitiçado das mercadorias que, sacralizadas pela publicidade, cam expostas à cobiça por trás dos vidros reluzentes das vitrines. O discurso da publicidade consumista se utiliza da insatisfação existencial do indivíduo para melhor dominá-lo, insu ando-lhe tendências heterônomas em relação ao seu apreço pelos bens materiais. Conforme destacam os sociólogos Philippe Breton e Serge Proulx, “a publicidade, se inserindo na problemática de marketing das empresas, tornou-se um mecanismo essencial para a organização da produção da demanda e das necessidades a preencher pelo consumo”. A publicidade fabrica consenso para atender aos interesses do poder econômico, prosperando assim por meio das carências existenciais de cada indivíduo, que consomem sofregamente em nome de uma postulada “satisfação interior”. O sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, argumenta com muita precisão que “a liberdade do consumidor signi ca uma orientação da vida para as mercadorias aprovadas pelo mercado, assim impedindo uma liberdade crucial: a de se libertar do mercado, liberdade que signi ca tudo menos a escolha entre produtos comerciais padronizados.”
orna-se tecnicamente impossível pensarmos em “liberdade de escolha” ou “liberdade individual” quando existe um mecanismo social, a publicidade, que cria, em nome de conveniências econômicas, demandas desiderativas que exigem da parte do consumidor a sua satisfação imediata, para que a paz psíquica se estabeleça em sua consciência. O comunicólogo francês, Abraham Moles, a rma que “o papel da agência de publicidade é, de um lado, manter as necessidades, e de outro, transformar os “desejos” em “necessidades”, na medida em que o indivíduo tenha uma margem de escolha imposta”.
Os publicitários conhecem um campo de possibilidades de reações dos indivíduos diante de um produto e com a propaganda que é feita em torno dele. Detendo uma ampla percepção psicológica da afetividade do consumidor, o pro ssional da publicidade consegue elaborar um tipo de discurso que se encaixa perfeitamente nas aspirações pessoais da massa consumidora, levando-a ao pronto consumo da coisa divulgada na propaganda social, que é usualmente contextualizada em situações de prazer, de alegria, contando com a presença de pessoas belas e saudáveis.
Para o sociólogo e filósofo francês, Jean Baudrillard, “o narcisismo do indivíduo na sociedade de consumo não é fruição da singularidade, é refração de traços coletivos” . Tal colocação desmisti ca o discurso ideológico da publicidade que apregoa a capacidade mágica de singularização do ser humano por meio da aquisição dos produtos revestidos de uma aura soteriológica, capaz de libertar o consumidor de sua mediocridade existencial. Marilena Chaui destrincha esse paradoxo ideológico da moral publicitária, argumentando que “a propaganda tenta garantir ao consumidor que ele será, ao mesmo tempo, igual a todo mundo e não um deslocado (pois consumirá o que os outros consomem) e será diferente de todo mundo (pois o produto lhe dará uma individualidade especial)”.
É impossível negarmos a inexistência de qualquer responsabilidade social dos agentes publicitários, especuladores dos desejos coletivos, em forjar novas demandas consumistas, como forma de pretensamente outorgar aos consumidores tanto uma sensação de pertencimento social quanto de status quo. Para o sociólogo, Don Slater, “as pessoas compram a versão mais cara de um produto não porque tem mais valor de uso do que a versão mais barata (embora possam usar essa racionalização), mas porque signi fica status e exclusividade; e, claro está, esse status provavelmente será indicado pela etiqueta de um designer ou de uma loja de departamentos”.
A sociedade de consumo faz com que os indivíduos, psicologicamente massi cados pela ideologia mercantilista apregoada pela publicidade comercial, atuem de maneira heterônoma no tocante ao ato de aquisição dos gêneros ofertados, o que resulta no curioso caso de que muitas vezes os indivíduos adquirem os produtos à disposição do mercado consumidor em decorrência direta dos estímulos externos transmitidos pelos mecanismos midiáticos. O desenvolvimento das técnicas do neuromarketing, dispositivo comunicacional caracterizado pelo uso de mecanismos subliminares na divulgação da propaganda é um dos fatores que geram a criação arti cial de demandas consumistas nos indivíduos seduzidos pelas imagens prometedoras do gozo existencial mediante o usufruto do produto divulgado. Uma pergunta se torna imprescindível: comprovando-se a propaganda subliminar, é possível pensarmos na ideia de liberdade de escolha do consumidor? O consultor corporativo dinamarquês, Martin Lindstrom defende a ideia de que em breve um número cada vez maior de empresas vai se esforçar para manipular medos e inseguranças a respeito de nós mesmos para nos fazer pensar que não somos su cientemente bons, que se não comprarmos um determinado produto, estaremos de alguma forma perdendo algo. A in finidade de impulsos inconscientes em busca de satisfação, manipulados com maestria pelo sistema publicitário, pode ser considerada como a motivação ao ato de comprar através desses estímulos da propaganda, mantendo-se, todavia, uma distância muito estreita entre desejo e gozo.
Diante da in nidade de produtos disponíveis no mercado, o indivíduo economicamente viável não é capaz de ater sua atenção para apenas um objeto, excitando-se assim com a miríade de marcas que utuam perante sua consciência submetida aos efeitos sedutores dos gêneros de consumo. A mente do indivíduo, imersa na realidade espetacular das imagens impactantes, somente consegue deter sua preciosa atenção para os produtos acompanhados de promessas de felicidade instantânea e envernizados pelo palavreado demagógico da propaganda.
Na dimensão comercial da sociedade capitalista, quem promove a exaltação mágica dos produtos é a publicidade, que reveste com propriedades especiais os objetos destinados para compra, em uma relação nitidamente fetichista, conforme a acepção marxista: uma relação social de nida, estabelecida entre os homens, assumindo a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. O produto alardeado pela publicidade dos meios de comunicação de massa deixa de ser algo puramente material, utilitário, e se torna algo dotado simbolicamente de vida própria, granjeando a simpatia e adesão do consumidor, que deposita em tal produto a oportunidade de obter a sonhada felicidade.
O indivíduo que recebe essas informações é levado a acreditar que, se ele consumir esse produto, ele também será feliz e bonito, tal como veiculado pelo garoto- -propaganda. Para o lósofo francês Gilles Lipovetsky, “a sedução tomou o lugar do dever, o bem-estar tornou-se Deus, e a publicidade é seu profeta. O reino do consumo e da publicidade exprime muito bem o sentido coeso da cultura pós-moralista. Assim, as relações entre os homens cam sendo sistematicamente menos simbolizadas e apreciadas do que as relações entre os homens e as coisas”.
A relação sedutora produzida pelo sistema das mercadorias apresentadas ostensivamente na experiência cotidiana, operada pelo ardil publicitário, pretende justamente exigir de cada indivíduo o consumo dos produtos maravilhosamente expostos nos grandes altares comerciais, as prateleiras, as vitrines, os mostruários, fazendo com que o consumidor se relacione com tais produtos a partir de uma experiência devocional secularizada. Tal situação, que se encontra na base da grande maioria das atividades publicitárias, é merecedora de uma série de re exões sobre as implicações éticas da propaganda social e da sua capacidade de in uenciar na tomada de decisão dos gostos individuais. A nal, o consumo de um dado produto pode até proporcionar ao indivíduo um estado de bem-estar, mas isso não fará desse consumidor a pessoa extraordinária que a campanha publicitária apregoa de forma tão enfática. Para a psicanalista Maria Rita Kehl, “a aliança entre a expansão do capital e a liberação sexual fez do interesse das massas consumidoras pelo sexo um ingrediente e ciente de publicidade. Tudo o que se vende tem apelo sexual: um carro, um liquidi cador, um comprimido contra dor de cabeça, um provedor de internet, um tempero industrializado. A imagem publicitária evoca o gozo que se consuma na própria imagem, ao mesmo tempo em que promete fazer do consumidor um ser pleno e realizado. Tudo evoca o sexo ao mesmo tempo em que afasta o sexual, na medida em que a mercadoria se oferece como presença segura, positivada no real, do objeto de desejo”.
Certamente é muito difícil suprimirem-se essas falácias subjacentes ao discurso publicitário, pois que este depende, sobretudo, desse sistema de ilusões. Com efeito, se fossem extirpadas as falsas promessas dos produtos defendidos pela propaganda, esta praticamente se extinguiria. Para o lósofo e teólogo espanhol, Niceto Blázquez, “a publicidade é praticada como uma retórica contrária à liberdade interior dos potenciais compradores mediante o recurso franco às técnicas persuasivas mais e cazes. Como serviço de informação comercial é muito conveniente e útil. Mas até que ponto é eticamente lícito condicionar a liberdade alheia como meio para lucrar, embora oferecendo produtos e serviços necessários?”.
Para aqueles que não conseguem participar desse culto materialista regulado pelas trocas econômicas, resta o desprezo e a exclusão social proveniente da impossibilidade de participação na valoração identitária de um dado grupo. A sociedade de consumo, caracterizada por seu sectarismo excludente, não aceita a presença dos indivíduos imputados como economicamente inviáveis.
PERSUASÃO DO BEM?
Na estrutura capitalista em vigor seria tecnicamente impossível pensarmos na delimitação da atividade publicitária apenas ao ato de divulgação pura objetiva dos produtos, sem quaisquer outros oreios discursivos e imagéticos visando o encantamento do consumidor. A publicidade e sua extensão propagandística, para se sustentarem comercialmente, necessitam da existência desse suporte retórico e espetacular com o qual os produtos são adornados. Por conseguinte, trata-se de uma falácia ideológica o discurso de defesa da publicidade que apregoa a ideologia segundo a qual a propaganda não “obriga” o consumidor a adquirir o produto alardeado. O próprio fato de a publicidade revestir os produtos propagandeados com qualidades inexistentes, visando conquistar a adesão do consumidor, retrata o seu falseamento dessa relação. Os objetos possuem apenas qualidades funcionais, técnicas, nada mais do que isso: qualquer outro acréscimo é apenas projeção psicológica do próprio consumidor, que deposita extrema con ança na capacidade “soteriológica” do produto em lhe proporcionar um satisfatório estado de gozo a partir da sedução publicitária original que promete tais benesses ao usuário. Portanto, a manutenção da vida vazia do indivíduo alienado de si na sociedade capitalista é potencializada pelo sistema publicitário, braço comercialista dos meios de comunicação. Obviamente não há uma coerção concreta exigindo o ato de consumo, mas existe a coerção simbólica que requer do indivíduo sua participação econômica nessa lógica comercial, para que ele possa assim ser aceito nos padrões sociais de comportamento.
Em linhas gerais, a proposta desse texto não consistiu em demonizar a atividade publicitária, mas proporcionar uma análise crítica sobre os seus efeitos existenciais e comportamentais nos indivíduos, promovendo assim um razoável esclarecimento sobre as suas técnicas comunicativas de persuasão.
Prezadas e Prezados, se chegaram aqui lendo todo o texto, parabéns. Às vezes é necessária uma parada para pensarmos um pouco. E o texto está repleto de polêmicas. Reflita sobre aquele ponto que mais lhe chamou mais a atenção.
Achei interessante a parte do texto que afirma uma falsa liberdade de escolha de consumo de produtos.
ResponderExcluirO consumidor sempre é influenciado pela publicidade ou pelo "poder" das marcas. Este trecho deveria nos mostrar o caminho de pensamento do seguinte ponto: Porque estou comprando esta marca? O fato de estar na moda e todo mundo usar me afeta? Como pode existir essa liberdade se a publicidade e a própria sociedade já impões padrões a serem seguidos?
Alguns trechos do texto mostra uma forma da publicidade direcionar o consumo dos indivíduos que buscam uma realização. É também dita como uma ilusão criada pela mídia para que o consumo seja feito, utilizando de conotações sexuais e também tornando os produtos não só desejo, mas uma necessidade.
ResponderExcluirA pergunta feita pela Miriam: Como pode existir essa liberdade se a publicidade e a própria sociedade já impõe padrões a serem seguidos?
Talvez o que o texto tenta mostrar é que a publicidade tende a seguir um padrão que direcione o consumo de forma massiva, mas há uma possível mudança nessas adaptações. Afinal todos querem se mostrar realizados, mas e no momento em que todos estiverem "realizados"?
Ainda há muita subjetividade no consumidor, mas o texto ainda afirma que o mercado vem trazendo produtos para atender as necessidades do consumidor.
Além disso afirma que dentre essa escolha do consumidor, a publicidade vem trazendo produtos que tentam preencher o vazio existente no consumidor o incluindo economicamente e socialmente nesse mercado.
Enfim, os consumidores estão sendo guiados às coisas que não são necessárias, mas uma ilusão de necessidade criada para o consumo.
Isso tornou-se um combustível para uma idealização mal compreendida que se abastece dessas alternativas ilusórias, capazes de estagnar o desenvolvimento pela busca de suprir a verdadeira necessidade.
No texto consigo destacar vários pontos interessantes, dentre eles, dois me chamaram mais atenção :
ResponderExcluirO texto diz que os publicitários conseguem elaborar discursos que são altamente assertivos nas aspirações pessoais dos consumidores. A publicidade é totalmente ligada às emoções e tudo o que desperte o interesse individual do consumidor tem grande aceitação por ele, que busca sempre sua ”satisfação interior”.
Marilena Chaui diz que “a propaganda tenta garantir ao consumidor que ele será, ao mesmo tempo, igual a todo mundo e não um deslocado (pois consumirá o que os outros consomem) e será diferente de todo mundo (pois o produto lhe dará uma individualidade especial)”.
Realmente é um paradoxo, pois o consumidor quer ter seu próprio estilo de vida, sua identidade e sua individualidade, mas ao mesmo tempo busca aquilo que todos consomem.
Rayssa Dalariva
Acredito que o consumidor queira se sentir extremamente realizado no ato de sua compra, muitas vezes como é citado no texto acima compra-se para preencher alguma insatisfação ou também o estresse do dia a dia e no ato da compra como sentimos prazer e realizados, conseguimos o que desejamos.
ResponderExcluirA publicidade desafio atrair cada vez mais esses clientes que tendem a consumir o que todos têm e ao mesmo tempo serem especiais, únicos.
Quando se pensa em publicidade e consumo quase sempre se fala em manipulação. Consideremos então, que na realidade o meio publicitário usa recursos com forte poder de argumentação e linguagem firme e objetiva, podemos considerar este procedimento para todo e qualquer discurso que a função seja informar, impor ou colocar um ponto de vista. No caso do âmbito publicitário essa ferramenta se torna um pouco mais exploratória pelo simples fato de ter que convencer o consumidor a adquirir produtos, serviços ou marcas. O discurso publicitário tem o poder de dispersar ou controlar o meio social de modo que transfere os elementos trazendo para uma linguagem sedutora, com intuito de produzir o consumo. O texto diz que "O indivíduo que recebe essas informações é levado a acreditar que, se ele consumir esse produto, ele também será feliz e bonito, tal como veiculado pelo garoto propaganda." Como no trecho tirado do texto, os consumidores se sentem atraídos pelo que a propaganda transmite e muitas das vezes produtos que garantem status, poder, diferencial social, auto-estima e tantos outros adjetivos que laçam os indivíduos e os seduzem.
ResponderExcluirA atividade publicitária vive de "criar desejos", o autor Renato Nunes até questiona este processo em seu texto, quando diz "Persuasão do bem", no mundo capitalista que vivemos é completamente impossível fazer publicidade única e exclusivamente para demonstrar um produtos, sem despertar o desejo de compra. Por outro lado o autor questiona também este modo obrigatório de fazer-se consumir, o produto é tal como ele é e tudo aquilo que é acrescentado faz parte de uma projeção psicológica que o consumidor deposita na capacidade "extraordinária" do produto em lhe proporcionar um satisfatório estado de gozo a partir da sedução publicitária. De forma clara e objetiva o texto quis mostrar as técnicas de comunicação persuasivas e o que as propagandas fazem ou criam na cabeça dos consumidores.
O ponto que mais me chamou atenção nesse (enorme) texto foi o trecho que fala sobre o neuromarketing, as mensagens subliminares e se podemos acreditar em liberdade de escolha.
ResponderExcluirPor conta do meu trabalho, ando conhecendo um pouco de Programação Neurolinguística. E a PNL, utilizada na propaganda, seria uma forma de neuromarketing.
Inclusive, acho que
seria bem interessante trazermos esses temas para sala de aula.
Quando falamos de liberdade e marketing na mesma frase algo já soa estranho, principalmente para nós estudantes de comunicação/publicidade. Acho que uma expressão cabe bem com o contexto que é a de que "não existe almoço grátis". A publicidade lhe promete mundos e fundos, mas o que ela realmente quer é o seu dinheiro, que você compre os produtos que ela está buscando vender. Hoje já buscamos controlar nossos impulsos e racionalizar nossas compras, assumir as rédias, mas ainda muita agua rolará por debaixo dessa ponte,
ResponderExcluirO texto apresenta vários trechos no qual são polêmicos e também põe diversas opiniões sobre o consumo das pessoas e da persuasão que as propagandas causam. Os consumidores querendo ou não acabam sendo influenciados pela publicidade, e pelas marcas. As vezes os consumidores adquirem produtos sem ter necessidade.
ResponderExcluirAbaixo selecionei alguns trechos do texto que achei interessante.
Conforme destacam os sociólogos Phillippe Breton e Serge Proulx “a publicidade, se inserindo na problemática de marketing das empresas, tornou-se um mecanismo essencial para a organização da produção da demanda e das necessidades a preencher pelo consumo”.
O especialista em comunicação Social Gino Gioconini Filho, destaca que a “publicidade nasceu com o claro proposito de fomentar a transação econômica, principalmente diminuindo a resistência do consumidor”
Outro trecho que me chamou a atenção foi o que, consumir e sempre uma atividade supressora do stress, logo por qual motivo não se aproveitar da sensação geral de instabilidade psíquica reinante nos agitados centros urbanos para se promover a comercialização dos diversos tipos de objetos disponível, revestindo-os com os efeitos espetaculares da propaganda?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO texto acima apresentou as diversas facetas da publicidade, por isso vários trechos me chamaram atenção. Porém vou citar um, que talvez tentasse traçar de uma forma bastante específica o comportamento das pessoas nessa nova era da tecnologia, do consumo exacerbado e muitas vezes da perda identidade. Para tanto o trecho abaixo esclarece fatos corriqueiros do nosso mundo Contemporâneo.
ResponderExcluirO sociólogo francês, Jean Baudrillard comenta que o narcisismo na sociedade de consumo não é fruição da singularidade, é fração de traços coletivos. Esse tema foi apresentado e comentado na aula de comportamento do consumidor , onde os indivíduos buscam sempre conviver em grupos, fato que faz uns tentarem se assemelhar aos outros. Nesse momento é perceptível que essas pessoas tentam ter as mesmas roupas , os mesmos aparelhos eletrônicos e até o mesmo estilo de vida daqueles que eles supõe ser mais bonitos , mais antenados, mais inteligentes ou seja melhores. Questão que faz com grande parte da sociedade tenta se equiparar as outras, não buscando preservar as suas diferenças e até mesmo os valores que foram construídos ao longo dos anos.
A publicidade intensifica a ideia do homogêneo, onde ser diferente significa não poder ter e não poder comprar, não estar na moda. E isso a longo prazo poderá gerar problemas.
O autor atesta que seu objetivo não é demonizar a propaganda, mas sinto seu texto basicamente dessa forma. É descrita uma situação como se todos esses problemas citados, da falta de resistência e criticidade do consumidor, não fossem uma conseqüência de um fator muito maior e antecessor da publicidade: o capitalismo.
ResponderExcluirSenti-me lendo um livro de Adorno, acusando a Indústria Cultural de manipuladora e seus consumidores impassíveis. Começo destacando que considero completamente descartável acreditar ainda na palavra "manipulação" quando falamos de publicidade e que o grande público é um mero receptor. Já foi o tempo em que o pensamento global aplicável era esse e me espanta muito ler textos como esse.
Não nego que a publicidade quer incitar o consumo, gerar lucro, porém, há um pensamento além. Estudamos nas aulas de Comportamento do Consumidor mesmo que os tempos são outros, nosso público também e a publicidade não gera, nunca gerou e nunca gerará necessidades. Hoje temos sim o pensamento no público, não mais no produto, podendo-se refletir apenas com a idéia de que surgem nas grandes empresas o setor de Pós-Venda (e coincidentemente trabalho em um deles).
Enfim, gostei do texto por gerar reflexões e podermos inclusive discutir esse tema em sala. É enriquecedor e acredito que só agrega.
Ps: Senti falta de pontuação e letras ao longo do texto. Está até meio complicado ler.
O texto realmente é repleto de polêmicas, acredito que um leitor que não tenha a visão que nós, estudantes de publicidade temos, poderia ver a publicidade como uma grande vilã para a sociedade dos tempos modernos. Um dos trechos que acredito que seja mais percebido pela sociedade é do argumento da autora Marilena Chaui quando diz que “a propaganda tenta garantir ao consumidor que ele será, ao mesmo tempo, igual a todo mundo e não um deslocado, pois consumirá o que os outros consomem e será diferente de todo mundo, pois o produto lhe dará uma individualidade especial”. Mas concordo com o trecho também retirado do texto que a propaganda não obriga o consumidor a adquirir nenhum produto, acredito que ela impulsiona os desejos e sensações de uma sociedade influenciada pelo capitalismo. Como já vimos em sala o comportamento do consumidor na maioria das vezes se define pelo grupo o qual o sujeito pertence, ele consome o que o grupo consome para se sentir inserido nele e buscam nos bens materiais a satisfação pessoal e reconhecimento na sociedade. Em minha opinião a publicidade não influencia o comportamento da sociedade, mas sim utiliza os estudos comportamentais como ferramenta para saber qual a linguagem utilizar com os “tipos” para despertar o seu interesse e chamar atenção.
ResponderExcluirO texto todo em si levantou uma análise crítica dos efeitos no comportamento do consumidor perante técnicas de persuasão dos publicitários. Esse fato em si já gera muita polêmica pois, se algo ou alguém tentar persuadir você, pode gerar discussão e divergências.
ResponderExcluirEm alguns trechos do texto mostra como a publicidade é quase totalmente voltada para direcionar o consumo dos indivíduos e não só meramente expor um produto A ou produto B.
Uma conversa interessante sobre esse assunto tive a pouco tempo com o colega e tatuador Alex Lazarini. Em uma das minhas sessões de tatuagem no meio de tanta dor o Alex solta o seguinte comentário: "Você faz publicidade né? Pra mim todo publicitário deveria ser preso, pois o que fazem com a gente não é legal, pois aumenta o meu gasto mensal em no mínimo 70% cara." A minha resposta a esse comentário dele expressa exatamente minha opinião sobre este assunto: "Alex, se a gente parar pra pensar dessa forma, tatuador tem que ser preso também, pois faz a gente gastar muito dinheiro em uma tatuagem, algo que pode ou não me tornar mais bonito ou 'descolado', pois depende muito do ponto de vista e sem falar que doí muito e o pior, tatuagem em si não faz bem pra ninguém, pois ninguém precisa de tatuagem para viver." E completei meu pensamento defendendo a publicidade em geral assim: "Alex, claro que a propaganda em sua maioria tem como objetivo primário direcionar as pessoas consumirem o produto ali divulgado, mas o que acontece é que as pessoas que estão sempre em busca de melhora de vida, prazeres, etc, ai vem a publicidade e mostra como produto A ou produto B vai influenciar na sua vida, aí cabe o consumidor avaliar se aquele produto/serviço é realmente necessário para sua vida ou se vai realmente influenciar positivamente algo." JEAN MAX
O texto mostra como a publicidade e usada tanto para encantar as pessoas com os mais novos produtos quanto para atender aos interesses econômicos. Utilizando-se de frases e dizeres como “você merece”, “você precisa”, “só você não tem” o público e cada vez mais atraído para os braços do consumismo.
ResponderExcluirVários pontos me chamaram a atenção como, por exemplo, a argumentação de Marílena Chauí de como a publicidade lhe faz sentir dentro de determinado grupo: “a propaganda tenta garantir ao consumidor que ele será, ao mesmo tempo, igual a todo mundo e não um deslocado (pois consumirá o que os outros consomem) e será diferente de todo mundo (pois o produto lhe dará uma individualidade especial)”. Mas ao mesmo tempo a publicidade pode fazer o contrario. Para quem não participa, “resta o desprezo e a exclusão social proveniente da impossibilidade de participação na valoração indenitária de um dado grupo”.
Pode se defender que cada um consome aquilo que ele pode, ou tenha condição financeira para isso, mas vai falar que não é vontade de todo o homem ter aquele belo carro importado e veloz? Ou ainda não seria o sonho de toda mulher ter um guarda-roupa repleto dos mais variados tipo de vestidos, saias e afins?
Consumo, logo existo!
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ResponderExcluirEm diversos trechos do texto percebe-se que a Publicidade é colocada como algo maquiavélico, mas dizer que a publicidade consumista se utiliza da insatisfação existencial do indivíduo para melhor dominá-lo, já é um lapso, é desacreditar literalmente da inteligência do individuo, é colocá-lo como um ser ingênuo e sem pensamento e decisões próprias.
ResponderExcluirA Publicidade busca entender o consumidor, suas necessidades e anseios de modo a satisfazê-los. Novos métodos são criados diariamente buscando esse fim. Os publicitários não criam necessidades, criam opções. Não é uma luta desenfreada pelo dinheiro do consumidor, mas sim pelas percepções no objetivo de ser diferenciado, incomparável e fidelizado na mente do individuo, trazendo a ele o prazer da experiência do consumo e os adicionais de funcionalidade, eficiência e conveniência. Afinal quem tem interesse em consumir algo em uma loja com um péssimo atendimento, abafada, cheirando a mofo, mal iluminada e com um som ambiente estridente e importuno?
Após ler não apenas o texto, mas o comentário de alguns alunos, em especial da Ana Veloso, que cita: “O autor atesta que seu objetivo não é demonizar a propaganda, mas sinto seu texto basicamente dessa forma. É descrita uma situação como se todos esses problemas citados, da falta de resistência e criticidade do consumidor, não fossem uma consequência de um fator muito maior e antecessor da publicidade: o capitalismo”.
ResponderExcluirAcabei concordando e buscando uma possível conexão com a origem de tal assunto.
Por natureza, somos seres cheios de características e desejos próximos e ao mesmo tempo dessemelhantes. Este complexo universo humano, acaba nos transformando em grandes questionadores, comparativistas e sonhadores pelas vias das experiências, tendo sempre como destaque inconsciente fatores emocionais.
No decorrer da vida de qualquer individuo, o mesmo, vai sempre obter resultados através de níveis de duas possibilidades, uma hora surpreendido pelas frustações por não adquirir o que se almeja e outra hora pela felicidade por ter conquistado o desejado.
Isso acontece pelo simples fato de sermos influenciados e motivados desde criança a: perceber, desejar, criticar e exercer um papel conveniente nesta vasta “Aldeia Global” (termo utilizado por Marshall Mcluhan).
Assim como na religião, nos ideais dos pais, ou qualquer outra coisa existente no mundo, sofremos influencias, porem analisamos e caminhamos, mas, sempre acompanhados pelas bengalas emocionais.
Na publicidade não é diferente, a forma que ela exerce seu papel e interatua no inconsciente das pessoas “encantando ou desmotivando” o consumo de um determinado produto, pode ser comparada com as historias que sempre foram contadas desde criança. Sempre fantasiadas, mas existindo um ideal por de traz, fascinada por inúmeros modos e ações subjetivas.
No entanto acaba sempre vista como maquiavélica pela tamanha proporção e excelência de persuadir vários indivíduos criando ideais para suas frustações.
O mundo é feito de faltas, tentamos preenche-las com diversas probabilidades e isso a publicidade sabe trabalhar bem.
O último parágrafo é, no mínimo, irônico. O autor diz não querer "demonizar a atividade publicitária", mas quem lê o restante do texto passa a imaginar os publicitários como monstros comedores de consumidores indefesos. Não conheço o autor. Porém é fácil deduzir que ele não conhece uma agência publicitária, muito menos como uma campanha é criada. Geralmente as peças publicitárias são idealizadas a partir das características coportamentais do público alvo, ou seja, não são baseadas em ideias do tipo "vamos enganar o consumidor com imagens de uma vida que ele nunca terá". Também sou contrário às teses que retratam a mente do consumidor como um punhado de argila, pronta para ser moldada por qualquer estímulo midiático. Acredito que a maioria das pessoa sabe que, ao comprar o produto, sua vida não vai transforma-se no que foi visto na TV, na revista ou em qualquer outro veículo.
ResponderExcluirUma das formas de tentar preencher as lacunas causadas pelo estresse é através do consumo. além das lacunas, tem-se a "atualizações", produtos "novos"... ou seja, lindas imagens que na realidade não passam disso e daqui pouco tempo serão diluídas, pois outras lindas imagens serão inseridas nas mentes mais sensíveis que irão, sem questionar, adquirir produtos os quais, muitas vezes, nem necessita. Às vezes é difícil, mas o questionar-se antes de efetuar uma compra é cada vez mais importante.
ResponderExcluir"A sedução tomou o lugar do dever, o bem-estar tornou-se Deus, e a publicidade é seu profeta", trecho do filósofo francês Gilles Lipovetsky que nos leva a refletir como a publicidade estuda, observa as nossas mais intimas necessidades para transformar-las em conteúdos de serviços e produtos.Como já discutimos em sala, o consumidor real adquiri um produto ou serviço devido a um eu desejado, um eu ideal. Não acredito que a publicidade "seja um anjo decaído", acredito que a publicidade aproveita os momentos de fraqueza do homem para vender, expor e exaltar seu produto.
ResponderExcluirA parte que mais me chamou atenção foi novamente O seguinte trecho:
ResponderExcluir"O indivíduo que recebe essas informações é levado a acreditar que, se ele consumir esse produto, ele também será feliz e bonito, tal como veiculado pelo garoto- -propaganda. Para o filósofo francês Gilles Lipovetsky, “a sedução tomou o lugar do dever, o bem-estar tornou-se Deus, e a publicidade é seu profeta. O reino do consumo e da publicidade exprime muito bem o sentido coeso da cultura pós-moralista. Assim, as relações entre os homens cam sendo sistematicamente menos simbolizadas e apreciadas do que as relações entre os homens e as coisas”
Este trecho me faz refletir sobre o papel do publicitário no incentivo ao consumo.
A idealização e esteriótipos dos quais fazemos uso para vender se tornaram referenciais do que ser ou não, ao exprimir as consequências do USO ou NÃO-USO.
Baseados nisto, procuramos atingir o consumidor em seu ponto mais íntimo na tentativa de se criar a necessidade, o desejo e a preferência pelo produto ofertado, colocando diante dele a resposta à uma frustração, muitas das vezes, pregada pelos próprios padrões midiáticos sobre a sociedade.
Realmente parece um texto muito polemico, mas de um lado ele quis mostrar a realidade do ser humano e de um profissional publicitário. O consumidor nada mais é que um ser humano, nasce, vive e morre, vivemos nossa vida fazendo diferentes coisas para o nosso bem estar, estudamos e trabalhamos para termos um salário para inicialmente ter dinheiro para trazer comida em casa, mas temos outras infinitas necessidades de nos satisfazermos , independendo se é uma satisfação de status, ou até mesmo uma simples vontade de nos sentirmos bem , realizados. O próprio texto descreve um parecer crítico de Schröder e Vestergaard: “Mostrando gente incrivelmente feliz e fascinante, cujo êxito em termos de carreira ou de sexo – ou ambos – é óbvio, a propaganda constrói um universo imaginário em que o leitor consegue materializar os desejos insatisfeitos da sua vida diária”. Este sentimento que criamos em nossas cabeças não significa que somos hipócritas como consumidores mas simplesmente o sentimento que criamos em nos mesmos nos faz sentir bem, e este sentimento faz parte do ser humano. O publicitário simplesmente usa da psicologia para vender produtos ou fazer com que o consumidor mesmo criando algo que não existe, faz com que se sinta bem, e o publicitário trabalha com isso. Um dos principais objetivos dos publicitários e vender um produto e fazer com que o mesmo, mesmo da simplicidade que ele é seja transformado em algo útil, para a vida do seu cliente, mesmo se criando ilusões.
ResponderExcluirUm dos principais objetivos do publicitário e fazer com que ambas as partes ganham, a parte do cliente se sentindo bem, comprando ou usando um certo produto e a parte de quem está vendendo a mercadoria, o ganho que ele vai receber com isso. O publicitário consegue mexer com o sentimento do publico desde coisas materialistas até coisas que envolvem assuntos sérios como a saúde, a vida etc. Tudo isso é movido como dizia antes, pelas emoções das pessoas, dos consumidores e sim somos humanos e somos movidos por sentimentos. Porque não usarmos isso para poder viver e aproveitar a vida da melhor forma que cada um acha que é melhor?
Grandes mudanças ao longo da história foram induzidas pela insatisfação e descontentamento dos consumidores. A disputa pelo mercado faz com que as empresas se mostrem capazes de seduzir o consumidor, as empresas mostram sua força quando provam sua capacidade de seduzir e atrair consumidores para sua marca. Foram então criados vários tipos de estratégias para seduzir o consumidor, tais como ouvir a opinião das pessoas sobre o produto e a empresa, gestão da reputação da empresa e ações de marketing geral. Tais estratégias fazem com que os consumidores sejam induzidos às compras, muitas vezes o consumidor acredita realmente que precisa daquele produto e não percebe que está sendo seduzido pela mídia e pela sociedade.
ResponderExcluirAs pessoas acreditam que se tiverem posse de determinados produtos que são exaltados pela cultura social serão mais felizes ou receberão o reconhecimento e até mesmo o respeito das outras pessoas. Porém, o que impulsiona este ciclo não se limita em publicidade propriamente e sim a soma dela e da sociedade capitalista em que vivemos. As motivações de compra não são limitadas pela publicidade, a publicidade se baseia nas mudanças sociais para criar as formas de motivação para os consumidores.
Desde os primórdios a publicidade é vista com maus olhos pelas suas técnicas de persuasão. O texto acima no faz refletir como que estamos inseridos em uma sociedade programada para o ato do consumo e como é difícil entender o processo de livre escolha já que se trata de algo já inserido em nossas vidas. O ponto que mais me chamou atenção foi a definição do filósofo francês Gilles Lipovetsky, quando mesmo afirma que: “a sedução tomou o lugar do dever, o bem-estar tornou-se Deus, e a publicidade é seu profeta. O reino do consumo e da publicidade exprime muito bem o sentido coeso da cultura pós-moralista. Assim, as relações entre os homens cam sendo sistematicamente menos simbolizadas e apreciadas do que as relações entre os homens e as coisas”, pois nos mostra o pior lado do comportamento do ser humano.
ResponderExcluirO texto acima, Renato Bittencourt apresenta argumentos que se opõem ao capitalismo e expõem a publicidade e a propaganda como ferramentas importantes para a vigência do sistema e fomentação do consumo. Para o autor, o círculo vicioso criado pelo capitalismo no qual estamos inseridos é a causa dos males, como o vazio existencial, que se apoderam da sociedade contemporânea.
ResponderExcluirApesar de afirmar que a proposta inicial do artigo seria de analisar os efeitos da atividade publicitária nos indivíduos, o autor faz uso conveniente de suas palavras para descontextualizar a profissão e criar, a partir da imagem de um indivíduo fragilizado e manipulado pelas empresas que constituem o topo da pirâmide do capitalismo, um clima conspiratório entre empreendedores e publicitários versus consumidores.
Muito do que foi dito pelo autor é contestado na disciplina de Comportamento do Consumidor que tem como referencial a publicação da autora Eliane Karsanklian, Comportamento do Consumidor de 2011. Bittencourt, ao citar o comunicólogo francês Abraham Moles, quando este opina sobre os profissionais da publicidade e o seu papel de “[...] manter as necessidades [...] e transformar os “desejos” em “necessidades”, na medida em que o indivíduo tenha uma margem de escolha imposta”, deixa evidente a distorção do real proposito da comunicação voltada para o marketing mercadológico. No que diz respeito às necessidades Karsanklian é clara ao afirmar que os profissionais da área não tem poder para tal façanha, o que fazem é apenas perceber as necessidades já existentes e a partir disso criar soluções para satisfazê-las. Em relação à publicidade, a autora afirma que “o que ela (a publicidade) faz é (exclusivamente) orientar a preferência ou o desejo do consumidor na direção de determinado produto ou marca.” (grifo meu).
Além da passagem acima, no decorrer do texto colocações são feitas de modo a criar demonização da profissão publicidade e propagada, negada pelo autor no final da publicação.
“A publicidade e sua extensão propagandística para se sustentarem comercialmente, necessitam da existência desse suporte retórico e espetacular com o qual os produtos são adornados. Por conseguinte, trata-se de uma falácia ideológica o discurso de defesa da publicidade que apregoa a ideologia segundo a qual a propaganda não “obriga” o consumidor a adquirir o produto alardeado.”
“Obviamente não há uma coerção concreta exigindo o ato de consumo, mas existe a coerção simbólica que requer do indivíduo sua participação econômica nessa lógica comercial, para que ele possa assim ser aceito nos padrões sociais de comportamento.”
Nas duas passagens, especialmente na ultima - concluindo a ideia do texto após vários desvios argumentativos-, o autor apresenta o consumo como única possibilidade de satisfazer a necessidade que o ser humano tem de se socializar. Esta seria então, a principal arma que o capitalismo, adjunto da publicidade, tem para aprisionar os pobres consumidores em seu sistema. Porém, como afirma Karsanklian, as necessidades nem sempre são exprimidas por um ato de compra; possuímos resistências às motivações, os chamados freios. A autora vai além ao afirmar que a premissa fundamental do comportamento humano é a coerência e orientação a um objetivo e que as necessidades e motivações estão unificadas à essa forma lógica de agir. Ora, visto que as necessidades não podem ser criadas pelos profissionais, e consequentemente, as motivações também não; visto também que juntas são coerentes e orientadas a um objetivo - a satisfação de uma necessidade; cabe então, unicamente ao indivíduo optar por atender suas necessidades pelas soluções oferecidas pelo marketing e pela publicidade ou não. Em caso negativo, isso não determinará a exclusão social do indivíduo como tenta estabelecer Bittencourt. É certo que na contemporaneidade o consumo diz respeito à identidade das pessoas, porém há outros fatores que contribuirão para a formação da personalidade como são retratados os princípios de personalidade descritos por Eliane Karsaklian, não sendo o consumo um fator decisivo à sua exclusão de um grupo social. Eliane afirma que a personalidade influi no ato da compra, podendo o indivíduo preferir determinadas marcas que se aproximam da sua maneira de agir, porém não o contrário.
ResponderExcluir“É impossível negarmos a inexistência de qualquer responsabilidade social dos agentes publicitários, especuladores dos desejos coletivos, em forjar novas demandas consumistas, como forma de pretensamente outorgar aos consumidores tanto uma sensação de pertencimento social quanto de status quo.”
Tomando como exemplo o case da campanha da marca Dove, Real Beleza, abordado em nossos estudos, podemos afirmar que se um dia não houve preocupação com os anseios da população pelos profissionais da publicidade, esse cenário começa a mudar na atualidade. O marketing 3.0, defendido por Phillip Kotler, é uma filosofia que visa à satisfação dos consumidores pelas suas necessidades mais elevadas por meio do apoio de causas especificas. Muitas empresas veem a adotando para os seus negócios. Logo, a publicidade também acompanha tais mudanças e tende a criar campanhas que gerem algum valor para a sociedade como a citada acima.
Feita as análises, podemos observar, por fim, que em nenhum momento do texto foi apontado pelo autor aspectos positivos que tenham relação direta com a publicidade, mesmo que mercadologicamente falando. Trata-se de um texto extremista que se baseia em argumentos duvidosos e que ao contrário do que disse o autor tem o intuito apenas de negativar a publicidade e os profissionais que vivem dela.
O ponto que mais me chamou atenção no texto é quando se trata o "prazer do consumo" onde a publicidade vende para a pessoa uma satisfação ilusória na compra do produto de desejo. A maioria das pessoas que são consideradas consumistas, muitas vezes são por desfalques psicologicos o que leva elas a procurarem prazer em outras áreas, como por exemplo o consumo. Sabendo disso o publicitário é capaz de vender para essas pessoas um prazer, uma satisfação, prometendo uma "vida melhor" após adquirir o produto, porém não é o que acontece e isso pode trazer diversos problemas para esse consumidor, mesmo que para o mercado seja ótimo. Nessa parte podemos entrar com a análise de que será que estamos fazendo bem para as pessoas como publicitários ou bem para o mercado?
ResponderExcluirO texto é muito interessante e polêmico ao mesmo tempo, pois nos faz refletir até que ponto a propaganda influencia a nossa vida pessoal.
ResponderExcluirUma parte que me chamou atenção foi: “a propaganda não “obriga” o consumidor a adquirir o produto alardeado. Obviamente não há uma coerção concreta exigindo o ato de consumo, mas existe a coerção simbólica que requer do indivíduo sua participação econômica nessa lógica comercial, para que ele possa assim ser aceito nos padrões sociais de comportamento."
Muitas pessoas generalizam a publicidade como se ela fosse apenas uma manipuladora, nos fazendo comprar determinados produtos. O consumo, nesse caso, se dá pelo status, como forma de aceitação da sociedade. As pessoas compram um produto porque acham legal ou porque os outros têm; não porque ele aparece na propaganda e ela te 'manda' comprar tal produto.
Muito interessante o texto! Vários pontos importante e passagens polêmicas.
ResponderExcluirAchei muito importante a parte que trata sobre o prazer do consumo, onde a publicidade se aproveita e usa essa sensação como estratégia de venda. Muitas pessoas consomem para obter prazer, satisfação e até substituir alguma coisa que está negativo em suas vidas. E esse fator favorece muito para o mercado. É importante pensarmos até que ponto é saudável utilizar essa estratégia, que tipo de sociedade nós queremos estimulando a troca de senssações negativas pelo consumo fulgás.
Gostei muito do texto,muito interessante mais ao mesmo tempo polêmico.Gostei da parte que fala de uma falsa liberdade de escolha do consumo:pois na verdade todos nos sabemos que somos influênciados de maneira direta ou indiretamente pela publicidade e pelas marcas.
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