quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Consumidor racional já é a maioria no país

Levantamento do SPC Brasil mostra que 31% dos entrevistados fazem planejamento para gastar

Por Juliana Gontijo - Jornal O Tempo - 27/08/2014 

O consumidor brasileiro está ficando mais racional, controlado, na hora de gastar, segundo pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz. O levantamento mostrou que um terço (31%) dos consumidores planejam antes de gastar, paga as contas em dia e segue os limites do próprio orçamento.

Conforme o levantamento, 44,8 milhões de pessoas têm esse perfil de consumo. Eles controlam os próprios impulsos, planejam as compras, preferem pagar à vista, pesquisam preços e consideram o nome limpo um bem precioso. “Cada compra é um processo decisório lógico, que respeita o próprio orçamento e as consequências de curto, médio e, principalmente, as de longo prazo”, observa o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

A lojista Verônica Mendes, 21, conta que é controlada na hora de gastar. “Nunca passei por sufoco, nunca tive problemas com o cartão de crédito”, diz. Para ela, o ideal é o consumidor ter um planejamento financeiro.

Apesar do cuidado com a vida financeira, os racionais não estão imunes aos problemas com dinheiro, já que 26% que estão adimplentes dentro deste grupo admitem já ter ficado com o nome sujo. Só que a diferença m relação aos imprudentes é que os débitos são causados pela perda do emprego, conforme 25% dos entrevistados que têm algumas dívidas em atraso.

A pesquisa feita com 1.245 pessoas de todo o país procurou identificar e entender o perfil comportamental dos consumidores brasileiros frente às compras, ao planejamento financeiro e à situação de endividamento. Além dos racionais, os consumidores foram classificados como imprudentes, moderados e apáticos. Para construção desses perfis apontados no levantamento, os entrevistados responderam uma extensa bateria de perguntas relacionadas a temas como consumo, contas e dívidas, planejamento orçamentário, além de futuro financeiro.

A estudante e assistente técnica de engenharia civil Bárbara Braga, 22, classifica-se na categoria moderada. “Eu compro mais do que preciso, mas consigo poupar, em média, 30% do que recebo”, diz. Ela nunca teve o nome inscrito no cadastro do SPC, mas conta que já utilizou o limite do cheque especial. “Foi por causa de uma compra por impulso”, observa ela.

O grupo dos moderados representa um quarto (25%) dos consumidores ou 35,9 milhões de pessoas.

A vendedora Sara Cândido da Silva Torres, 30, classifica-se como apática. “Prefiro comprar à vista e evitar os impulsos”, diz.
 
Há uma variedade de perfis para cada tipo de compra
A adolescente Prisciele Silva, 16, conta que não se importa com as marcas e só compra o necessário. “Olho o que é bonito e o preço. Procuro comprar à vista. Se não tenho dinheiro, não vou comprar”, diz. A jovem que, além de estudar, trabalha em um banco, classificou-se no grupo dos apáticos.

O mesmo fez a vendedora Jéssica Paula Batista, 23. “Compro o que gosto independente da marca e pago à vista”, diz. Ela conta que hoje não tem mais cartão de crédito. “Cheguei a ficar desempregada e com uma dívida de R$ 3.000. A gente amadurece. Hoje, sou mais controlada”, diz.

Já o florista Leandro do Porto Alves, 32, conta que gosta de comprar produtos de marca e já teve o nome inserido no cadastro do SPC. Pelo perfil, ele seria o imprudente. “Já tentei me controlar, mas acabo, infelizmente fazendo novas dívidas”, diz.

Prezada/os, comentem a notícia a partir do que estamos vendo na sala de aula, mas também se posicione sobre a sua opinião à provocação: há uma mudança de comportamento do consumidor? Estamos ficando mais "racionais"?

 

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

"Anitta já nasceu como produto", diz psiquiatra que estuda o consumismo

Ana Beatriz Barbosa Silva - psiquiatra estudou o consumismo a fundo (Foto: Divulgação)
Por Bruno Astuto (com Acyr Méra Júnior e Dani Barbi) - Época - 09/08/2014 15h00 - Atualizado em 09/08/2014 17h05

Você é consumista? Se sim, relaxe; é como a maioria da população. É o que afirma a psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva, que se tornou fenômeno editorial com a série 'Mentes', com mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos no Brasil. Na próxima semana, ela lança Mentes Consumistas - Do Consumismo à Compulsão por Compras (Ed. Principium). "Eu mesma fui consumista até os 35 anos sem saber. Mas de 38 para cá (ela tem 49) minha vida começou a ficar boa. Hoje teria condição de gastar muito mais, mas tenho prazer em dizer não independente do preço", afirma Ana que acredita que algumas grifes não vão gostar muito do que ela escreveu. "É porque abordo uma nova maneira de consumir".

Compramos porque queremos ou porque somos induzidos?
Tentei entender como funciona o cérebro para que possamos comprar porque queremos, pelas nossas próprias memórias e não por manipulação. Enquanto houver o consumismo desenfreado, nunca vai haver igualdade social. Abordo o consumo saudável, consciente. Hoje em dia ninguém pode parar de trabalhar às 17h, bater um papinho no Ibirapuera e ouvir o Bolero de Ravel. Parte dessa energia foi transformada em ansiedade; o prazer foi todo para as compras.

Qual a diferença entre consumo e compulsão?
Consumir é preciso para viver, mas viver para consumir pode ser uma das maneiras mais eficazes de transformar a vida numa morte existencial. Se você não tem dívidas, não é consumista, mas sua vida está paralisada por causa disso, você é um viciado, exatamente como um drogado. Existe gente que tira etiqueta das roupas, deixa as coisas na mala do carro e camufla objetos no armário, ou seja, o prazer está no ato de comprar, não de usar.

Tem exemplos de produtos criados pelo marketing?
As concessionárias de carros adotam aquele cheiro do carro novo, as lojas puxam pelo olfato, porque é uma das coisas mais primitivas e descontroladas que a gente tem. As marcas estão se sofisticando e vendendo aromatizante por estação. É tudo pensado, mas é tudo um grande jogo de ilusão. Você sonha e nós vendemos o sonho para você. Essa cantora Anitta já nasceu como produto. Daqui a um ano ela não estará vendendo mais nada e vai entrar numa depressão profunda. Tenho certeza de que ela não tem nem noção de que é um produto. Agora uma cantora que conseguiu enfrentar a coisa do produto com dignidade foi Marisa Monte. Ela mostrou o que é fazer um produto raro, desejado, e que não tem toda hora. De dois em dois anos, no máximo, ela volta com seu reinado e a gente ama. Para sobreviver tem que se reinventar, que recriar, vintage é para Madonna, diva não fica velha, fica vintage.

O que causa a compulsão?
Dois aspectos: um perfil impulsivo, em que a pessoa busca o prazer quase de forma repetitiva e faz coisas para se sentir bem de forma imediata; e o obsessivo, em que ela faz a compra, tem o prazer e quer repetir. Outra coisa é que o povo de marketing sabe tudo de neurociência e tenta sempre suprir as necessidades sociais dentro de um sistema econômico. Somos impelidos a comprar, caso contrário, nos sentimos como se estivéssemos fora do contexto de beleza, poder e prazer.

A compulsão tem cura?
É uma doença silenciosa e, quando o problema explode, vários parentes já quitaram as suas dívidas. Os doentes têm uma disfunção e temos que reajustar em sessões. Bioquimicamente, eles estão com deficiência de alguma substância. Para repô-las, existem dois tipos de medicamento para diminuir os pensamentos obsessivos e a impulsividade. Costumo dizer que o primeiro cartão de crédito você nunca esquece, mas eu faço o paciente entregar todos e levo um tesourão simbólico para cortá-los. Os maridos adoram. No fim, aquela mesma pessoa chega ao consultório de calça jeans e camiseta, linda de doer. Fica leve. Existe elegância na simplicidade.

Qual o futuro da nova geração de consumistas?
Tenho muita esperança na nova geração que já cresceu com smart phones e têm um cabedal de informação. Nunca o capitalismo teve tanto dinheiro no mundo. A última crise não foi por falta de capital, mas de ética. Está tudo ficando acessível e vamos satisfazer essa ansiedade que causa o consumismo como? Conversei com economistas americanos que me falaram sobre 'capital espiritual', que é chegar numa hora em que materialmente vamos estar tão nutridos que buscaremos algo que o dinheiro não compra. Vamos ter uma evolução para o altruísmo. Hoje nos Estados Unidos tem gente investindo em grandes resorts para pessoas discutirem o sentido da vida, o que faz bem para a alma. O próprio Bill Gates está erradicando hepatite na África. Chegará a um ponto que as pessoas têm que dar um sentido à vida e se reinventar, porque as pessoas estão ficando enfadonhas.
Vamos passar por uma revolução em 10 anos que quero estar sentada para ver. As grandes grifes vão sacar e vender um produto eterno. Eles vão entender que o próximo desejo será mais do que material, um produto que não é descartável, tipo o pretinho básico da Chanel, que será eterno. A gente vai consumir por um conceito, comprar por um objetivo, para ter uma identidade que a grife está criando comigo e me ajudando e me reinventar.

Prezadas e Prezados, deem sua opinião e aproveitem para responder a questão que abre o artigo após ler o que a autora tem a dizer..



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Dicas para uma boa disciplina


Prezadas e Prezados,

Seguem algumas informações sobre a nossa disciplina:

1) São três os tipos de avaliações, elaboradas no estilo do ENADE: 4 provas de 15 pontos (sendo uma Prova Integralizadora) cada; 20 pontos de participação neste Blog (veja a regra no cabeçalho) e 20 pontos de estudos dirigidos. Datas e regras de avaliação dos Estudos Dirigidos encontram-se no Plano de Aula, distribuído em sala e presente na seção de Material Didático do SOL.

2) Tais Estudos Dirigidos serão explicados em sala de aula, mas estarão também neste Blog. É importante ficar atento às postagens e aos prazos de entrega. Todos os textos dos Estudos Dirigidos serão disponibilizados digitalmente na seção Material Didático no SOL. Todos os trabalhos deverão ser entregues em formato físico, não aceitando, sob qualquer argumento, a entrega virtual, via endereço eletrônico ou outro. Trabalhos entregues fora do prazo perderão pontos.

3) Nossas aulas são expositivas, com debates e ampla participação, que também será avaliada. As aulas são uma exploração dos capítulos 1, 2 e 3 do livro "O Comportamento do Consumidor", de Eliane Karsaklian. Você vai poder participar melhor da aula se ler os textos anteriormente, conforme a temática prevista no plano de ensino. O livro tem em bom número na biblioteca, conforme determinação do MEC, mas costuma ter todos os exemplares emprestados nas vésperas das provas, pois outras disciplinas também o utilizam. Fique atento!

4) É importante os alunos manterem um caderno de anotações para as aulas expositivas. O professor alterna escrita no quadro com slides, mas apenas com as idéias principais. Os estudantes devem anotar suas próprias impressões ou observações que acharem pertinentes junto ao tópico. Tal metodologia ajuda na fixação da matéria e tem se mostrado um fundamental roteiro de estudo para as avaliações.

5) Os slides apresentados NÃO serão disponibilizados pelo mesmo motivo explicado acima.

6) Não há abono de faltas, nem por doença atestada com comprovante. Os únicos abonos aceitos são aqueles determinados pela secretaria acadêmica, os APDs.


Boa disciplina para todos.