terça-feira, 28 de agosto de 2012

Comunicação no varejo não é atrativa e nem motiva a compra (republicação)


(esse post foi publicado novamente devido a queixas que o anterior tinha dificuldades para comentar. Mas quem comentou anteriormente NÃO PRECISA repetir sua participação)

Foco das marcas nas liquidações e reduções de preço prejudicam identificação por parte consumidor. Para ele, em diversas categorias todas são iguais ou muito parecidas
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Por Isa Sousa - Mundo do Marketing - 20/08/2012

A comunicação do varejo não é atrativa e não motiva a compra nas categorias de têxtil, hipermercado e eletrodoméstico. A falta de um planejamento adequado que faça o consumidor entender uma marca e, a partir daí, se identificar com a linguagem usada por ela é falha no Brasil. A conclusão faz parte da pesquisa “O que funciona e o que não  funciona na comunicação de varejo”, da Officina Sophia, apresentada na Brazilian Retail Week em 2012.

Boa parte dos grupos dialoga com seu público-alvo de duas formas: primeiro na construção e exposição da imagem da marca e, em seguida, na mobilização da compra por meio de ofertas e ações promocionais. O problema é que a linguagem utilizada pelas empresas concorrentes para se destacarem é praticamente a mesma e a diferenciação pouco se nota.

Para o estudo, a Officina Sophia avaliou na categoria têxtil as redes C&A, Marisa, Renner e Riachuelo. A falta de discernimento é constatada a partir dos filmes feitos para a divulgação das coleções: 63% dos consumidores ouvidos na pesquisa não identificaram a marca que assinava o vídeo. “Se a comunicação não é bem trabalhada no sentido de mostrar os diferenciais daquela loja, para aquele target, a tendência é de distanciamento dos consumidores. O ponto de venda pode ter posicionamento muito claro, mas sem eficiência na comunicação, haverá uma lacuna entre marca e público”, avalia Valéria Rodrigues, Diretora da Officina Sophia, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Na categoria hipermercado, a instituição avaliou o Carrefour, o Extra e o Walmart. Ainda que haja confusão entre as marcas, ela é menor, com 65% de identificação. A categoria eletrodomésticos, com Casas Bahia, Magazine Luiza e Ponto Frio, também têm índices menos negativos, com 62% de reconhecimento por parte dos consumidores.

Elementos necessários
Mais do que oferta e ações agressivas que nem sempre alcançam o esperado, o essencial para um planejamento de comunicação é o posicionamento claro de quem é a marca e o que ela quer transmitir. O estudo da Officina Sophia indica, por exemplo, que 87% dos brasileiros entrevistados não se sentem atraídos para consumir e 86% não se sentem motivados por não se reconhecerem nas estratégias de Marketing das redes analisadas.

A pasteurização que o mercado de varejo enfrenta hoje poderia ser atenuado com elementos que funcionem independentemente de ofertas ou ações promocionais. O personagem Sebastian, da C&A, é um case de sucesso neste sentido. Por 20 anos à frente de comerciais e estratégias da marca e encerrando a parceria em 2010, o dançarino permanece no imaginário do brasileiro.
Considerado garoto propaganda, o ator foi além em sua participação, transformando-se em um elemento de identificação da C&A. “O Sebastian tinha tudo a ver com a imagem que a marca queria passar. Moderno, jovem, antenado, ele personificava isso e personifica até hoje, ainda sendo exemplo de uma lembrança positiva e com aderência. O que não significa que todas as marcas precisem de personagens. Um slogan, cores bem definidas, ações de sustentabilidade são exemplos de elementos. Sem eles, os grupos acabam não conversando com os consumidores”, afirma Valéria.

Pensar além
Segundo meio de comunicação com capacidade de atrair e mobilizar consumidores, as vitrines são esquecidas pelas marcas. De acordo com o estudo, 90% dos consumidores não sentem vontade de entrar nos estabelecimentos de nenhuma das categorias estudadas ao se depararem com as vitrines e 89% não sentem motivação para comprarem a partir delas.

A identificação também é pouco assimilada: 80% não conseguem perceber qual é a rede apenas olhando uma vitrine. Para os entrevistados, não há entendimento do motivo que levam as lojas a taparem os produtos com preços em grandes formatos ou ainda cartazes que poluem a visualização dos mesmos. Estratégias como colocar looks completos ou apresentar peças com sobreposições e acessórios, na opinião dos consumidores, desmitificaria a funcionalidade do vestuário e, ao mesmo tempo, daria autenticidade à marca.

A não compreensão do uso das vitrines como mídia, tanto pelos grupos como pelas próprias agências criadoras de ações de Marketing, deixam uma grande oportunidade para trás e contribuem para a pasteurização. “Diariamente as marcas gastam dinheiro em mídias tradicionais ou online e não pensam na construção da imagem. Cada empresa deve ter seu posicionamento e usar isso para falar com o consumidor. Se as marcas deixarem de se comunicar, o distanciamento vai se tornar maior e a indiferenciação e comoditização também. Para o consumidor, tanto fará e tudo tem levado para esse caminho”, pontua a Diretora da Officina Sophia ao portal.

Prezadas e Prezados, a provocação é para os publicitários. Como vocês poderiam ajudar o problema?

11 comentários:

  1. Primeiramente montar uma nova estratégia para que os consumidores se tornem mais atrativos com os produtos e com a marca.
    Uma delas seria deixar as vitrines mais apresentáveis, e com look´s para diversos tipos de consumidores, podendo mostrar que a loja possui alem de diversidade todos os tipos de tamanho também.
    Disponibilizar consultores de moda na loja para orientar os consumidores a se vestirem bem, de acordo com o seu corpo e seu estilo, seria um diferencial da marca.
    Para os vídeos de divulgação, a marca poderia trabalhar mais um diferencial, como um personagem , um jingle que seja marcante e fácil para o consumidor identificar a marca

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  2. Mariana Martini Ramos29 de agosto de 2012 às 06:52

    As lojas do ramo têxtil ficam muitas vezes presas a propaganda internacional, reproduzindo a estratégia publicitaria de marcas americanas e europeias. É necessário realizar uma pesquisa de público para entender o perfil que frequenta tal estabelecimento. Daí, o próximo passo seria analisar esses dados e descobrir as reais necessidades do consumidor e adequá-la ao dia a dia da loja. Reformular como a informação irá chegar no cliente, desde campanhas publicitárias à vitrines. Assim, as lojas terão mais oportunidade de recolher um conteúdo genuíno e trabalhar melhor sua visão e missão da marca.

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  3. Teacher, você postou denovo aqui, mas os comentários no post anterior estão ok, né?

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  4. JEAN MAX disse:
    Deve-se levar em conta essas pesquisas feitas e verem que os números estão absurdamente longe do esperado para qualquer marca. Esse mercado vende muito para os chamados 'consumidores impulsivos', que são aqueles que compram fácil, mas para eles não basta ter um preço baixo destacado e sim algo mais bem elaborado, deixando o preço como mais uma forma de chamar atenção e não a principal.
    Eles devem aproveitar essa diversidade de produtos na loja e demonstrar isso com clareza em suas vitrines, fazendo que diversas pessoas se identifiquem, porém claro que não dá para colocar tudo de uma vez, então a ideia seria um rodízio, cada semana os "looks" sejam trocados por outros, de outras "tribos".
    Para auxiliar o acerto nessa mudança de estratégia o ideal seria que as marcas fizessem novas pesquisas e tentarem buscar de seus consumidores o que realmente "falta".
    Depois de uma pesquisa bem elaborada, é hora de colocar em pauta e ver o que está possivelmente viável para se realizar.
    JEAN MAX

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  5. Apesar de se tratar de uma matéria recente, acredito que o site mundo do marketing não considerou algumas ações de grande expressão para o setor nos últimos tempos, como a memorável campanha C&A Fashion Like, onde era possível experimentar e compartilhar looks disponíveis na arara através do Facebook.
    Acredito que as empresas vem buscando alternativas às vitrines, pois como sabemos, hoje o consumidor já tem outro perfil e busca referência e informação em todos os lugares.

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  6. Dia 26.08.12 eu ja tinha postado
    Estou novamente colocando tendo em vista que a minha postagem sumiu


    Quando procuramos um bar, restaurante, pub para sentar com nossos amigos, sempre buscamos algum diferencial e muitas vezes não é somente a propaganda do mesmo que nos atrai e sim o seu cartão de entrada, ou seja a sua "vitrine" quantas vezes queremos parar em um pub porque o astral do mesmo parece ser bom, quando passamos em frente com o carro? pessoas, iluminação, cheiro, ambiente como um todo, a mesma coisa são as vitrines destas lojas da categoria têxtil, elas não conseguem atrair o publico deixando as vitrines sempre iguais como as das concorrentes, concordo que as campanhas publicitarias na televisão são bastante diferenciadas e até chamam atenção de todo tipo de publico, sempre gostei de assistir propagandas e digo que sempre vi as campanhas da C&A, e cia e acho as mesmas bem interessantes, cheio de vida, musica, mas ao passar em frente de uma Renner ou C&A eu não consigo ser atraído para ver a vitrine. A propaganda na televisão acaba sendo sempre diferente do que é a realidade do produto e isso acho que queima muito o nome da empresa, mesmo assim acabam ficando cheias de consumidores por serem roupas baratas, mas é so isso que acaba atraindo a massa, preço baixo, não mais do que isso.
    Acho sim que poderiam focar melhor na propaganda interna das lojas, fazer com que cada marca tenha um foco diferente que outras, ou uma historia, algo que consiga diferenciar das suas concorrentes e não simplesmente somente no seu preço baixo. Hoje todas estas lojas citadas aqui em cima que focam somente no seu preço baixo, se eu tivesse que escolher uma delas para entrar e ver roupa, não conseguiria hoje escolher uma ou outra, entraria em qualquer uma, a primeira que aparecesse na minha frente seria igual. Estas lojas não possuem uma identidade para que eu possa focar a minha compra para um certo tipo de publico.

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  7. Samara Ferreira Mendes Abrahão16 de setembro de 2012 às 09:00

    Acredito que a solução é exatamente a que foi proposta: começar pelo cartão de visita. Hoje em dia as vitrines dessas lojas só divulgam suas promoções e ofertas, quando deveriam mostrar, da melhor forma, o que realmente tem de bom tem pra nos oferecer. A mudança deve começar por aí. Uma boa "apresentação", é uma iniciativa para se mudar visões negativas já presentes sobre a marca. Seguida de uma estratégia bem elaborada, que mostre o quanto a marca se preocupa com a identificação do seu consumidor. A ideia é conseguir mostrar da melhor maneira o que a Renner já propôs com a campanha "você tem seu estilo, a Renner tem todos": que existe lugar pra todos os estilos de vida dentro dessas marcas.

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  8. Também concordo com o texto quando diz que o foco das marcas nas liquidações e reduções de preço prejudica a identificação do consumidor. Pois em minha opinião falta nessas marcas um posicionamento definido, no caso das lojas de departamento C&A, Marisa, Renner e Riachuelo observo essa falta de identidade nas sua comunicação, em cada nova coleção elas tentam fazer algo diferente sem de certa forma utilizar até mesmo um padrão visual para que seja rapidamente identificado pelo público. As marcas devem se preocupar ter um forte posicionamento e identidade no mercado para desta forma se destacar e inovar, mostrando o seu diferencial entre as outras.

    Thales Albuquerque

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  9. A Vitrine é a porta de entrada do consumidor, é aonde a marca tem a oportunidade de expor o seu produto para que o mesmo atraia o seu público-alvo. Se já na vitrine o consumidor potencial se sente desmotivado a entrar nesses tipos de loja, com certeza, deve-se rever o tipo de produto que está sendo exposto e a formo que está sendo disposto na vitrine.
    Para tal conduta é necessário primeiro entender qual é o diferencial existente em cada uma delas, para que deixem de ser vistas como a mesma coisa. Elencando esse diferencial é possível cada uma delas atrair o público em vez de afastá-lo.

    Tainá Porfírio

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  10. A vitrine é muito importante mas com uma boa construção da marca, é necessário primeiramente fazer essa fixação da marca com campanhas para atrair o seu público alvo. A vitrine é a representação da loja, logo é de extrema eficiência se ela conseguir passar isso para os consumidores, assim ela mantém laços com os já fiéis e ainda capta novos. Essa representação como uma identidade deve ser única e sempre carregar "assinaturas" de reconhecimento, como usar sempre algum mesmo elemento.
    Como dizem a primeira impressão é a que fica, logo a vitrine da loja vai ajudar o cliente a definir se vai entrar ou não na loja.

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  11. Percebe-se que a falta de posicionamento dessas marcas dificulta a identificação do cliente pela mesma. Se não tiver um diferencial, ou ao menos um posicionamento, é extremamente difícil destacar-se ou chamar a atenção do consumidor num mercado onde a concorrência é gigantesca e consequentemente acirrada. Acredito que como solução, deveria ser feita uma pesquisa de mercado, para identificar as necessidade, desejos do consumidor, e principalmente tentar identificar a percepção do consumidor em relação a marca. A partir daí poderia ser criada um planejamento para melhor o posicionamento e imagem da empresa.

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