Por G1, São Paulo - 12/03/2013
47% delas já consumiram motivadas por tristeza, angústia e ansiedade. Quase metade dos entrevistados chega ao fim do mês sem guardar dinheiro.
As mulheres tendem a fazer mais compras motivadas por impulsos
emocionais que os homens, de acordo com estudo inédito encomendado pelo
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (
CNDL),
divulgado nesta terça-feira (12). O objetivo da pesquisa era testar as
práticas e o grau de conhecimento do brasileiro sobre educação
financeira.
De acordo com os dados, 47% das mulheres entrevistadas já realizaram
compras por impulso em momentos de tristeza, angústia ou ansiedade. Já
entre os homens, este percentual cai para 37% dos casos.
Quando os consumidores admitem comprar movidos por algum impulso, a
razão mais prepoderante entre as mulheres é a baixa autoestima (49%),
como problemas relacionados à vaidade e insegurança com a própria
aparência.
Já o público masculino se descontrola nas compras por conta da
ansiedade com algum evento que se aproxima como viagens, férias ou
festas (45%). Outros pretextos citados pelos entrevistados foram a
tensão pré-menstrual, mencionado pelas mulheres em 32% dos casos; e
situações de crise que envolvem o trabalho — segunda razão mais
mencionada pela parcela masculina dos entrevistados (38%).
“Embora os fatores emocionais estejam mais associados às mulheres, a
pesquisa detecta que o percentual de homens que faz compras por impulso
também é elevado”, afirma, em nota, a economista do
SPC Brasil, Ana Paula Bastos.
Na avaliação da especialista, o gradual processo de inserção de
mulheres no mercado de trabalho e, consequentemente, o maior poder
aquisitivo, fez com que elas passassem a consumir não somente para
atender às necessidades básicas, mas inclusive, para saciar desejos,
fato que sinaliza a necessidade de um aprendizado maior para lidar com o
próprio dinheiro.
Economia
De acordo com o levantamento, 43% das mulheres e 41% dos homens chegam
ao final do mês sem conseguir guardar nada de seus rendimentos. Dentre
os que conseguem poupar, 70% das mulheres e 76% dos homens juntam
dinheiro para garantir uma reserva financeira para ser usada em momentos
de emergência.
O percentual dos que guardam dinheiro para aplicar em poupança ou
comprar bens de consumo duráveis, como casas e automóveis, é maior entre
os homens: 41% e 34%, respectivamente, contra 35% e 29% das mulheres.
“Ainda que a participação das mulheres no mercado de consumo tenha
aumentado e tomado uma importância cada vez maior, a posição de ambos os
sexos no ambiente de trabalho persiste de maneira desigual. Como em
média a mulher recebe menos, é natural que ela poupe em razões de
emergência, caso fique desempregada ou doente, em detrimento de outros
tipos de investimentos mais caros”, explica Ana Paula Bastos.
Planejamento
Quando perguntados se realizam algum planejamento orçamentário, a
maioria dos homens afirmou fazer apenas o planejamento pessoal (34%),
enquanto a maior parte das mulheres afirmou não fazer qualquer tipo de
planejamento (35%).
Uma das principais diferenças constatadas pela pesquisa é a maneira com
que homens e mulheres controlam suas despesas. Entre os entrevistados,
45% dos homens afirmam utilizar uma planilha eletrônica para computar
gastos e custos contra apenas 23% do público feminino. As mulheres optam
na maior parte dos casos pelo tradicional caderno de anotações (64%),
que conta somente com 34% da preferência masculina.
“Como os homens estão inseridos no mercado de trabalho há mais tempo e,
por consequência, estão mais habituados ao ambiente dos negócios, eles
tendem a utilizar meios de pagamento ou controle de gastos digitais com
mais frequência que as mulheres”, esclarece a economista.
Foram ouvidos 646 entrevistados (57% de mulheres e 43% de homens) em
todas as capitais brasileiras com alocação em cada capital proporcional
ao tamanho da população economicamente ativa (PEA). A margem de erro é
de 3,9%.
Prezadas e Prezados, comentem a notícia (sem sexismos!) e qual deveria ser o impacto nos projetos de comunicação.