Levantamento do ReclameAqui diz que, apesar de alto índice de reclamações, o volume de vendas superou R$ 800 milhões
Por Redação da Revista Época - 05/12/2013 18h17
Os consumidores reclamaram bastante da Black Friday, dia com
descontos em diversas lojas, mas os resultados foram motivo de comemoração para
os empresários. O volume de vendas ultrapassou R$ 800 milhões em apenas 24h, o
equivalente a 15 dias comuns para o varejo online, na média de 2013, segundo
levantamento do site ReclameAqui, divulgado com exclusividade a ÉPOCA.
“O volume de vendas teria sido ainda maior se não fossem os problemas técnicos”, diz Maurício Vargas, presidente do ReclameAqui. Ao todo, 8,5 mil consumidores fizeram queixas sobre as lojas virtuais participantes da Black Friday, 6% a mais do que em 2012. A principal reclamação era sobre a dificuldade de acessar o site das lojas. Páginas de grandes varejistas, como Americanas, Submarino e Shoptime, não suportaram o volume de acessos. Os consumidores também relataram problemas para finalizar as compras (o produto estava esgotado, mas ainda aparecia no site) e casos de maquiagem nos descontos, que tinha sido a principal reclamação no ano passado. “Neste ano, todo mundo estava de olho nas empresas que subiam os preços antes da Black Friday. Houve menos ações desse tipo”, afirma Vargas.
O ReclameAqui identificou que, mesmo com dificuldades tecnológicas, as lojas Americanas, Submarino e Shoptime conseguiram oferecer um bom atendimento aos clientes. O ReclameAqui permitiu a todos os participantes da Black Friday falarem diretamente com os consumidores por meio do seu site, para atendê-los em tempo real e evitar reclamações. A B2W, grupo que reúne as três redes, foi o que melhor usou o recurso. O total de vendas ficou estimado em torno de R$ 390 milhões.
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O grupo Nova Pontocom, que reúne as marcas online Ponto Frio, Extra e Casas Bahia, também teve problemas nos sites e não conseguiu oferecer um bom serviço de atendimento, diz o ReclameAqui. “A empresa subestimou a quantidade de vendas”, afirma Vargas. Muitos consumidores tiveram de esperar mais de 30 minutos para falar com um atendente por chat. Mesmo assim, as marcas atingiram a casa dos R$ 300 milhões em vendas, perto de um mês de faturamento médio do grupo.
O WalMart e o Magazine Luiza fizeram bons planejamentos, de acordo com o ReclameAqui, e apresentaram menos problemas. As plataformas ficaram estáveis durante todo o dia e o atendimento praticamente não teve filas. Cada uma das empresas vendeu cerca de R$ 150 milhões.
O próximo desafio é a fase de entrega dos produtos. “Podem surgir mais reclamações. Vamos acompanhar o que acontecerá, em razão do grande volume de pedidos perto do Natal”, diz o presidente da ReclameAqui. Em geral, as empresas prorrogaram os prazos de entrega.
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Maurício Vargas diz que, em média, os descontos da Black Friday ficaram em torno de 20%, com alguns produtos com 50% ou mais. “O Brasil não tem descontos tão altos como nos Estados Unidos por causa dos impostos e também pela cultura dos empresários nacionais”, afirma. Mas a tendência é que os consumidores continuem aproveitando promoções do tipo, ainda que pequenas.
Outros sites também realizaram pesquisas sobre os descontos do dia 29 de novembro. Segundo o Ebit e o Busca Descontos, organizador do evento, o faturamento foi em torno de R$ 430 milhões. O ReclameAqui calculou o valor de mais de R$ 800 milhões com base nos cadastros de compras feitos por consumidores em seu site. A página oferece um serviço de acompanhamento dos pedidos, para intermediar possíveis problemas entre consumidor e fornecedor. Foram feitos mais de 4 mil registros, que serviram como amostragem para estatísticas sobre o total de transações na Black Friday.
Prezadas e Prezados, o que tal notícia nos diz sobre o comportamento do consumidor brasileiro em geral? E quais as oportunidades para o profissional de comunicação?